O segundo-sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues, de 38 anos, levava uma vida de um militar comum, sem ostentar carros de luxo, sem comportamentos exteriores de riqueza, sem gestos que denotassem uma atividade criminosa. Assim ele era visto pelos olhos de seus ex-vizinhos militares, moradores de um prédio na Asa Sul ocupado principalmente por sargentos da Aeronáutica, e pelos funcionários que prestam serviço no edifício.
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A prisão do militar, por traficar 39 quilos de cocaína num voo da Força Aérea Brasileira (FAB), dentro de uma missão relacionada a uma viagem oficial do presidente da República, Jair Bolsonaro, deixou os ex-vizinhos militares surpresos e constrangidos, o mesmo constrangimento que perpassou pelos gabinetes do comando da Aeronáutica e do Ministério da Defesa .
Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (27), o ministro da Defesa admitiu que houve uma falha grave na segurança. A pasta acredita que Silva Rodrigues não passou por nenhum equipamento de raio-x na Base Aérea em Brasília. Além disso, o gabinete do ministro entende que bagagens deveriam ter sido verificadas, diante de indícios de excesso de peso.
O porta-voz da Aeronáutica, por sua vez, se furtou de responder a maior parte das perguntas na mesma entrevista. Anteriormente ele já tinha tirado qualquer culpa do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O representante da Aeronáutica também explicou que o criminoso não fazia parte da comitiva da presidência e que, portanto, não era de responsabilidade do GSI.