Preso nesta quinta-feira (27) pela Polícia Federal em Brasília, Mateus Von Rondon , de 32 anos, é assessor especial do ministro do Turismo desde janeiro, mas trabalha com Marcelo Álvaro Antônio (PSL) há seis anos, desde 2013.
Von Rondon acompanha o político desde o início da carreira no Legislativo, na Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (MG), e também prestou serviços ao gabinete do hoje ministro do Turismo na Câmara dos Deputados.
Durante quatro anos, Von Rondon foi pago com recursos da cota parlamentar do deputado, que acabou alçado à Esplanada dos Ministérios em janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
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Os pagamentos que Mateus Von Rondon recebeu da Câmara somaram R$ 193 mil em quatro anos e foram destinados ao mesmo CNPJ pelo qual ele foi contratado no ano passado por quatro candidaturas laranja do PSL, partido de Álvaro Antônio e de Bolsonaro.
Das candidatas, a firma recebeu R$ 32 mil por serviços não especificados em prestações de contas junto à Justiça Eleitoral. Nesta quinta-feira, além de Von Rondon, a PF prendeu dois ex-assessores do ministro que também são suspeitos de envolvimento no caso: Haissander Souza de Paula e Roberto Silva Soares, que coordenou a campanha de Álvaro Antônio em 2014.
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A suspeita da investigação é que, com a atuação desses assessores, o ministro do Turismo tenha selecionado mulheres para o PSL de Minas Gerais lançar candidaturas laranjas e, assim, cumprir a cota de gênero determinada por lei. No entanto, os recursos repassados seriam desviados para empresas que não teriam prestado efetivamente os serviços.