Em relação conflituosa com o Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) questionou neste sábado (22) o que chamou de "superpoderes" do Legislativo. Para o presidente, o projeto da Câmara que transfere o poder de fazer indicações a agências reguladoras aos deputados quer deixá-lo como a "rainha da Inglaterra", que reina, mas não governa.
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"Pô, querem me deixar como rainha da Inglaterra? Este é o caminho certo?", questionou Bolsonaro . "Se isso aí se transformar em lei, todas as agências serão indicadas por parlamentares. Imagina qual o critério que vão adotar. Acho que eu não preciso complementar", completou.
O presidente também comentou sobre o pacto entre Executivo, Legislativo e Judiciário, que, na visão de Bolsonaro, deveria vir "do coração". "Com todo respeito, nem precisava ter um pacto [federativo]. Isso precisava ser do coração, do teu sentimento, da tua alma", disse o presidente.
As declarações foram feitas na saída do centro médico do Palácio do Planalto, onde Bolsonaro esteve nesta manhã. O presidente embarca ao Japão na próxima terça-feira (25) para participar da reunião do G-20 .
Problemas de articulação
Bolsonaro reconheceu, na manhã desta sexta (21), que o governo está enfrentando dificuldades na articulação política com o Congresso. “Inexperiência nossa. Tivemos algumas mudanças nas funções de cada um, que não deu certo. Em grande parte, retornamos ao que era feito no governo anterior", disse.
O presidente se referia à troca do comando da articulação das mãos do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) para a Secretaria de Governo, que será comandada por Luiz Eduardo Ramos. “Aqui não tem ministro fraco ou forte. Todo mundo tem que jogar junto neste time”, afirmou Bolsonaro .