Dez candidatos concorrem à indicação para lista tríplice da PGR; votação ocorre nesta terça-feira
Divulgação/ANPR
Dez candidatos concorrem à indicação para lista tríplice da PGR; votação ocorre nesta terça-feira

O subprocurador Mário Bonsaglia (terceira foto da segunda linha na imagem acima) foi o mais votado da lista tríplice para o cargo de chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR). O pleito, realizado nesta terça-feira (18) com a participação de 946 membros do Ministério Público Federal (MPF), teve como segunda mais votada a procuradora Luiza Frischeisen e Blal Dalloul fechando a lista tríplice.

O candidato Mário Bonsaglia obteve 478 votos, enquanto Luiza Frischeisen contou com o apoio de 423 colegas e Blal Dalloul foi o escolhido por 422 procuradores. Doutor em direito pela USP, Bonsaglia é experiente na área criminal, sendo membro do MPF desde 1991. Ele foi procurador do Estado de São Paulo, procurador regional eleitoral no estado, e integrou o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Superior do MPF. Ele também coordenou órgão do MPF responsável pela área do controle externo da atividade policial e do sistema prisional. Desde 2018, Bonsaglia integra a 6ª Câmara de Coordenação e Revisão.

Os três nomes serão encaminhados ao presidente Jair Bolsonaro, que será o responsável por definir o nome a ser analisado pelo Senado. Ele não é obrigado a seguir a preferência dos procuradores. A lista tríplice tem sido respeitada desde 2003 pelos presidentes da República do período (Lula, Dilma e Temer), mas o atual chefe do Poder Executivo  não se comprometeu a seguir a indicação dos procuradores ao definir quem assumirá a PGR a partir de setembro – o que abre brecha para a recondução de Dodge.

A atual detentora do cargo – responsável por representar o Ministério Público Federal (MPF) em processos junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e por denunciar suspeitos com prerrogativa de foro privilegiado, tais como deputados, senadores e ministros – disse, na semana passada, que "está à disposição" para o caso de Bolsonaro querer mantê-la na função .

presidente despistou ao ser questionado sobre sua indicação nesta manhã. "Ah, não sei, eu não vi a lista tríplice ainda", disse Bolsonaro. "Todo mundo, todos que está dentro, fora da lista, tudo é possível. Vou seguir a Constituição",  acrescentou.

Em debate realizado no último dia 4 em São Paulo , os candidatos reforçaram a importância da lista tríplice , fazendo apelo para que todo o processo de votação não seja em vão. Dodge não participou de nenhum dos debates promovidos pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que organizou a votação de hoje. 

 "A lista é um progresso para o País. Isso é reconhecido por todas as forças políticas. Ela garantiu maior visibilidade, com os candidatos expondo de maneira aberta não apenas para os colegas, mas para a sociedade como um todo, por isso, você tem uma pessoa que sairá não só com a liderança da casa, mas também com respeitabilidade técnica e independência", defendeu o procurador regional José Robalinho Cavalcanti, que era presidente da ANPR até o mês passado.

Na votação desta terça, cada um dos votantes pôde escolher para sua lista até três candidatos dentre os dez postulantes ao cargo – o maior número de candidatos já registrado desde 2001. Após Bolsonaro escolher seu indicado, o nome será ainda avaliado pelo Senado.

Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul compõem lista tríplice para a PGR
Divulgação/ANPR
Mário Bonsaglia, Luiza Frischeisen e Blal Dalloul compõem lista tríplice para a PGR


Foram candidatos a assumir a PGR: 

  • Vladimir Aras , procurador regional. Foi secretário de cooperação jurídica internacional da PGR durante a gestão de Rodrigo Janot;
  • José Robalinho Cavalcanti , ex-presidente da ANPR. É procurador regional em Brasília e já atuou como auditor do Tribunal de Contas da União;
  • Antônio Carlos Fonseca , subprocurador-geral da República. Atua no Superior Tribunal de Justiça na área de direito público;
  • Blal Dalloul , membro do MPF há 34 anos. Atua no 30º Ofício Criminal da Procuradoria Regional da Republica na 2ª Região (PRP2);
  • José Bonifácio de Andrada , vice-presidente do Conselho Superior do MPF, foi também vice-procurador-geral da República em 2016;
  • Lauro Cardoso , ex-oficial das forças especiais do Exército. Foi secretário-geral do MPF por seis anos;
  • Luiza Frischeisen , eleita para o Conselho Superior do Ministério Público Federal, Luiza coordena a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF;
  • Mario Bonsaglia , membro do MPF desde 1991, integra a 6ª Câmara de Coordenação e Revisão desde o ano passado;
  • Nívio de Freitas , atuou na força-tarefa da Lava Jato em processos junto ao STJ, em 2015. Atualmente, Nívio é coordenador da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF;
  • Paulo Eduardo Bueno , foi advogado de presos políticos e diretor da Associação dos Advogados Latino Americanos pela defesa dos direitos humanos. 

Além dos candidatos oficiais, outros nomes despontam como possíveis surpresas para a indicação do presidente Bolsonaro à PGR . É o caso, além de Dodge , do subprocurador-geral Augusto Aras, que foi procurado há poucas semanas para conversa com dois filhos do presidente , o senador Flávio e o deputado Eduardo, conforme reportou a IstoÉ . Também podem surgir como surpresas os procuradores Guilherme Schelb (defensor do Escola sem Partido) e Ailton Benedito (que tem simpatia de Olavo de Carvalho).

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