A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta sexta-feira estar à disposição do presidente Jair Bolsonaro para continuar no cargo. O mandato dela termina em setembro.
Dodge não é candidata à lista tríplice que será votada entre os integrantes da carreira do Ministério Público Federal e que será enviada a Bolsonaro para escolher seu sucessor. Ela, no entanto, poderá ser reconduzida ao cargo por decisão do presidente. Em Brasília, há um movimento dos meios políticos para convencer Bolsonaro a declarar apoio à Dodge .
“Eu estou à disposição, tanto da minha instituição quanto do país, para uma eventual recondução, eu não sei se isso vai acontecer”, disse em entrevista, antes de participar de encontro regional de promotoras e procuradoras sobre questões de gênero, em São Paulo.
Dodge informou que não conversou com Bolsonaro sobre recondução e negou fazer articulações nesse sentido. “Eu tenho me mantido sem fazer nenhuma manifestação neste sentido.”
Questionada sobre se Bolsonaro deveria seguir a indicação de um dos nomes da lista tríplice , Raquel Dodge se limitou a responder que esta é uma decisão que cabe ao presidente. A procuradora-geral foi indicada para o cargo pelo então presidente Michel Temer, em 2017. Ela ficou em segundo lugar pela indicação dos pares.
Este ano dez subprocuradores-gerais e procuradores regionais registraram candidaturas. Entres os subprocuradores-gerais candidatos estão Nívio de Freitas Silva Filho, Paulo Eduardo Bueno, Carlos Fonseca, José Bonifácio de Andrada e Silva, Luiza Frischeisen e Mário Bonsaglia. Entraram na disputa também os procuradores regionais Vladimir Aras, Lauro Cardoso, Blal Dalloul e Robalinho Cavalcanti.
Na disputa estão ainda outros candidatos avulsos. Um deles é o subprocurador Augusto Aras, que se apresenta como interessado no cargo de procurador-geral, mas prefere não participar das eleições internas. A eleição está marcada para o dia 18.
A lista tríplice foi criada em 2001 e é defendida pelos procuradores como um dos principais instrumentos de autonomia da carreira. De acordo com a Constituição, o presidente da República pode escolher qualquer um dos procuradores em atividade para o comando da PGR .