Glenn Greenwald é responsável pelo site The Intercept Brasil, que publicou vazamentos da Lava Jato
Fernando Frazão/Agência Brasil
Glenn Greenwald é responsável pelo site The Intercept Brasil, que publicou vazamentos da Lava Jato

Na tarde deste domingo (16), uma história envolvendo o jornalista Glenn Greenwald, do jornal The Intercept , hackers russos, criptomoedas e o caso do vazamento de conversas entre o ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, vazadas nos últimos dias, surgiu nas redes sociais e ganhou o apelido de 'Show do Pavão'.

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Tudo começou quando um usuário do Twitter (@ oppavaomisterioso) revelou supostas informações sobre o episódio. A conta, que foi deletada minutos depois de lançar todas as publicações, serviu para dar início a uma grande divulgação do conteúdo, principalmente por vários bots, na rede social.

Apesar de se tratar de uma tentativa de acusação, o ' Show do Pavão ' acabou virando motivo de piada. Muitos usuários fizeram questão de lembrar do cantor Ney Matogrosso, que canta a música 'Pavão Misterioso', um de seus maiores sucessos.


Início da investida

Na primeira publicação, o 'pavão' mandou um recado para a sociedade, afirmando que todos deveriam fazer um "levante pacífico contra a canalhice operante" e revelou que seu tempo de vida nas redes sociais seria curto. 

"Bom dia, a todos que devem aparecer p aqui hj, desejamos que a sociedade faça um levante pacífico contra a canalhice operante portanto printem e retweetem o que puderem pois a vida do pavão deve ser curta!", disse o usuário, iniciando o " Show do Pavão ".

Na sequência, o ' pavão ' começou seu ataque a Greenwald , dizendo que iria detalhar cada um dos passos que levaram o jornalista a divulgar as mensagens que envolvem Moro,todos os personagens do que chamou de "operação orquestrada" contra o ministro e que era a "hora do troco".

Os personagens

Família Greenwald e David Miranda
Reprodução/Twitter
Família Greenwald e David Miranda

O 'pavão' cita Pierre Omidyar , fundador do Ebay,  Evgeniy Mikhailovich Bogachev , um famoso hacker russo, o próprio Greenwald e seu marido David Miranda , e até o ex-deputado Jean Wyllys como os participantes do que chamou de "ópera bufa".

Além disso, afirmou que o " Panamá terá uma importância fundamental na longa explicação que seguirá, o lugar onde os Bitcoins viraram Ethereums, e que quase estragam a investigação. Omidyar é o financista por trás de tudo, usando a tudo e a todos em sua cruzada contra o sistema que o tornou bilionário".

Omydiar, francês descendente de iranianos, é apontado como o homem que financiou a queda de Viktor Yanukovych na Ucrânia e uma das estrelas do Panamá Papers. Já Bogachev é citado como o responsável por deixar as ditas denúncias mais claras durante a investigação por ser "vaidoso" e ter usado um quase homônimo. Aqui, surge a primeira crítica às Bitcoins, chamadas por ele de câncer irrastreável.

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Envolvimento de Greenwald

"Gleenn greenwald, o advogado brilhante e inescrupuloso, que defende nazistas como quem atravessa a rua, tão esquerdista como alguém pode ser, o homem que se fez financiado pelas sombras e hj tem sua Jihad própria, cheio de soberba, o mago que morfa ninguém em deputado federal", dispara o perfil ao iniciar a explicação sobre como se deu o envolvimento do jornalista no episódio.

Segundo o 'pavão', Greewald teria contratado o serviço de Bogachev para realizar o ataque contra Moro. Entretanto, na publicação, o usuário diz não saber qual foi o meio utilizado para realizar este acordo, apenas cita que o hacker está no mesmo país que abriga Edward Snowden, responsável por revelar o sistema de espionagem em massa dos EUA.

"Velhas amizades não somem fácil, né Glenn? Quem pagou Evgeniy, se vc sabe diga, pois o intimaremos ao vivo nesta thread, caro Glenn", dispara o 'pavão'.

Logo depois, o perfil afirma que está sendo vítima de ataque e censura e começa a explicar o possível caminho que o dinheiro seguiu, desde uma corretora brasileira até a cidade de Anapa, na Rússia , passando antes pelo Panamá. 

"Não vou poder cotar a compra e venda de vagas no parlamento, mas em breve David Miranda e  Jean Willys terão de dar uma explicação sobre 700 mil dólares e uma mesada de 10 mil dólares para a manutenção de certo BBB no exterior", diz o 'pavão', em mais um tuíte.

Por fim, o usuário 'convoca' Greenwald a aparecer na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, com o "Dell onde fica o Cryptobank", para que possa esclarecer as dúvidas que foram levantadas e encerra dizendo que já "passou tempo demais no ar".

"Não adianta trocar HD pois a pericia tem a linha de montagem do equipamento. Vc alegou que Moro e Deltan não entregaram os deles, pois então, paladino da verdade que é, entregue os seus equipamentos eletrônicos. Sei que vais nos caçar, tens dinheiro de sobra, mas somos uma Hydra, portanto… ".

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Resposta após ataque

Após viralizar e se tornar um dos assuntos mais comentados no Twitter, o episódio foi comentado, e questionado, por Greenwald . Em seu perfil na rede social, o jornalista levantou uma série de questões sobre a trama de boatos levantada no ' Show do Pavão' , lembrando como é a atuação de roboôs em um "ataque maciço" nas redes.

"Qualquer um com uma racionalidade mínima ou tempo para pensar sobre isso imediatamente reconhece a estupidez desequilibrada disso", disparou o jornalista.

Além disso, o jornalista apontou que os "documentos falsificados" utilizados para embasar a denúncia continham erros simples de tradução: "Se a rede de Bolsonaraists/@MBLivre/@tercalivre for fabricar documentos falsificados em inglês para tentar espalhar falsas acusações contra mim, pelo menos tenha a cortesia de não ser tão preguiçoso a ponto de errar as palavras básicas. #ShowDoPavão"

"E da próxima vez que vcs quiserem forjar um documento em inglês, não esqueçam de expressar os números em inglês, não em português, pra que sua fraude não seja tão óbvia. Demora menos de 30 segundos pra usar o Google Tradutor. Haja preguiça #ShowDoPavao"

Por fim, Greewald afirmou que não acredita na participação de integrantes do Movimento Brasil Livre ( MBL ) no que chamou de fraude e finalizou: "Uma pessoa chave do grupo ajudou a espalhá-lo, mas ele já o apagou. Isso foi divulgado pelo PSL, @TercaLivre, os disseminadores usuais bolsonaristas do Fake News e fraudes".

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Quem também se posicionou foi Leandro Demori, editor-executivo do The Intercept. Em seu perfil, ele brincou com a situação e disse que "não aceita teoria da conspiração" sem que seu nome esteja envolvido e pediu que os roteiristas sejam trocados: "sete dias para escrever essa porcaria?"


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