O ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), foi denunciado nesta quarta-feira (5) pela força-tarefa da Operação Lava Jato por corrupção, lavagem de dinheiro e fraude na licitação para obras de duplicação na PR-323. Os crimes aconteceram ao longo de 2014, de acordo com o Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR).
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A denúncia aponta que Beto Richa favoreceu o consórcio composto pela Odebrecht e Tucumann Engenharia na licitação para duplicar a rodovia que liga Maringá, no norte do Paraná, a Francisco Alves, no noroeste.
Além do tucano , foram denunciados também Ezequias Moreira, José Richa Filho (Pepe Richa), Luiz Abi Antoun, Dirceu Pupo Moreira, Rafael Gluck e José Maria Ribas Mueller, sendo os dois últimos executivos da Tucumann Engenharia. O grupo político, de acordo com o MPF, recebeu vantagens indevidas de cerca de R$ 7,5 milhões.
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A denúncia informa que executivos da Odebrecht ofereceram ao menos R$ 4 milhões a Denisol Roldo, ex-chefe de gabinete de Richa. Dirceu Pupo Moreira e Luiz Abi Antoun atuaram como intermediários. No intervalo de dois meses ao longo de 2014, ano em que Richa foi reeleito governador do Paraná, foram feitos pagamentos superiores a R$ 3,5 milhões para o codinome “Piloto”, utilizado para identificar o ex-governador.
Houve ainda outra vantagem indevida , no valor de R$ 3,4 milhões, em cotas de um imóvel cedidas ao tucano por executivos das empresas. O consórcio da Odebrecth e Tucumann Engenharia foi o único a participar da licitação. Apesar de ter vencido, a obra não saiu do papel.
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A defesa de Beto Richa afirma que ele não cometeu nenhuma irregularidade e que o ex-governador é inocente. O ex-governador já é réu na Lava Jato em outros dois processos. Em março, ele chegou a ser preso, mas foi solto no início de abril deste ano.