Ministro Gilmar Mendes concedeu salvo-conduto à família do ex-governador Beto Richa
Rosinei Coutinho/SCO/STF - 13.6.18
Ministro Gilmar Mendes concedeu salvo-conduto à família do ex-governador Beto Richa

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federa (STF), mandou soltar o contador Dirceu Pupo e ainda concedeu um novo salvo-conduto para o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), para a ex-primeira dama do estado, Fernanda Richa e para André Richa, que é filho do casal. A decisão do ministro impede que os três sejam alvo de prisões cautelares.

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A família Richa é acusada de fraudes na concessão de rodovias do estado. O contador Dirceu Pupo, que prestava serviços ao ex-governador, também é alvo da mesma investigação. O político chegou a ser detido em janeiro desse ano, mas foi solto uma semana depois após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Em sua decisão, Gilmar Mendes observou o "risco" de novas prisões para conceder o salvo-conduto que garante liberdade à família Richa e a Dirceu Pupo. Considerando o risco concreto de novas prisões dos requerentes, que se encontram abrangidos pela mesma relação jurídico-processual, sendo denunciados pelos mesmos fatos considerados insuscetíveis de prisão cautelar, entendo ser o caso de expedir novo salvo-conduto", escreveu o ministro.

Entenda a investigação contra Beto Richa

Beto Richa, ex-governador do Paraná
Marcelo Camargo/ABr
Beto Richa, ex-governador do Paraná

A Justiça Federal aceitou, no dia 13 de fevereiro, uma denúncia contra o ex-governador do Paraná, Beto Richa por lavagem de dinheiro em investigação ligada à Operação Lava Jato. A esposa do tucano Fernanda Richa, um dos filho do casal, André Richa, também foram indiciados, assim como o contador  Dirceu Puppo , que prestava serviços à família. 

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Essa foi a segunda vez que ex-governador se tornou réu na Lava Jato em apenas três dias. No domingo (10), a Justiça havia aceitado uma denúncia contra o ex-governador pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa por conta da mesma investigação. Ele é ainda responde outros dois processos: um por aplicação irregular de verba na Saúde quando era prefeito de Curitiba e outro que investiga fraude na licitação de contratos de um programa de recuperação de estradas. 

A denúncia faz parte da Operação Integração, desdobramento da Lava Jato  que investiga pagamento de propina para políticos por empresas de pedágio.  De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o esquema desviou cerca de R$ 8,4 bilhões com o aumento das tarifas de pedágio do Anel de Integração. A investigação ainda alega que agentes públicos, incluindo Beto Richa, receberam cerca de R$ 35 milhões em propinas. 

 A Justiça Federal, que já havia colocado o ex-governador e outras nove pessoas na condição de réus por corrupção passiva e organização criminosa, agora acusa o tucano e membros da sua família por lavagem de dinheiro. O Ministério Público aponta a compra de um terreno em um condomínio em Curitiba, em 2012.

De acordo com a investigação, o ex-governador, a esposa e o filho usavam a empresa Ocaporã, Administradora de Bens, que está no nome de Fernanda Richa para lavar o dinheiro da propina recebido pelo tucano.

No terreno em questão, parte do pagamento foi feito em dinheiro e a compra foi acertada por André Richa, filho de Beto Richa  , e pelo contador Dirceu Puppo. O valor total da compra teria sido de R$ 1.9 milhão e R$ 930 mil teriam sido pagos em espécie. Na escritura do imóvel, no entanto, consta o valor de R$ 505 mil


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