![Líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo afirmou que Bolsonaro pode colocar mais militares como ministros Líder do governo na Câmara, Major Vítor Hugo afirmou que Bolsonaro pode colocar mais militares como ministros](https://i0.statig.com.br/bancodeimagens/7z/8j/n5/7z8jn5q06t67wv5pkuq4kn00w.jpg)
O líder do governo na Câmara da Deputados, Major Vitor Hugo (PSL-GO), defende a manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) no Ministério da Justiça a todo custo. A aliados, ele tem dito que, se o Congresso não chegar a um acordo sobre a Medida Provisória (MP) que montou o governo Bolsonaro, o máximo que pode acontecer é o governo nomear sete militares para os ministérios que serão criados.
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Se a Medida Provisória não for votada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado até 3 de junho, a estrutura administrativa volta a ser a do governo Michel Temer, com 29 ministérios, sete a mais que os atuais e deve ter militares nessas vagas.
O jornal O Globo ouviu de três parlamentares que Major Vitor Hugo cogitou a hipótese de generais ocuparem os sete ministérios que serão criados caso os parlamentares não entrem em acordo e não consigam votar a medida. Procurado, o líder do governo disse que se trata de uma "brincadeira" e que o presidente terá "liberdade para indicar os ministros". Hoje, oito ministros são militares.
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A MP passou por comissão especial na quinta-feira passada, mas alguns pontos, como a criação de dois ministérios (Integração Nacional e Cidades), a transferência do Coaf para o Ministério da Economia e a proibição de que auditores fiscais investiguem crimes não fiscais foram questionadas por um grupo de parlamentares. A resistência acabou impedindo a votação da MP na Câmara dos Deputados na semana passada.
A declaração de Vitor Hugo expõe uma divergência entre ele e o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que havia negociado com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para que a MP fosse votada no plenário na semana passada. Naquele dia, um grupo de líderes do PPS, PSC, Podemos, Patriota, Novo e PV se uniram para impedir a votação, acusando Maia de encaminhar a MP às pressas para evitar discussão sobre a questão do Coaf.
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Onyx, por outro lado, já havia admitido a derrota nos bastidores e contava com a aprovação célere da medida. Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso Nacional, também estava a par deste acordo, em que o governo já abria mão do Coaf com Moro. Apesar disso, um grupo encabeçado por Vitor Hugo resistiu à votação, que acabou não ocorrendo.
Naquele momento, Maia colocou cinco Medidas Provisórias diferentes para tramitar com prioridade, ou seja, aumentou a fila de MPs que devem ser analisadas antes da votação da reforma administrativa. Se a MP perder a validade, o Coaf também retorna à pasta de Economia. Nesta terça-feira, líderes do centrão e da oposição decidiram não votar nenhuma MP durante a semana, enquanto Rodrigo Maia está em viagem aos Estados Unidos.
A resistência ao texto da MP que veio da comissão especial uniu os líderes do grupo de partidos pequenos, que voltaram a se reunir na manhã desta terça-feira com Vitor Hugo. Representando 43 parlamentares, os líderes foram convidados a se encontrar com Bolsonaro na tarde desta terça-feira.
Líderes do centrão estão irritados com declarações recentes de Vitor Hugo, que indicou ter apoio de "vários líderes" para votar a MP ainda esta semana e colocou em suspeição parlamentares que queriam votar "tão apressadamente" a proposta na última quinta-feira, sem pressão de militares .