Kim Kataguiri criticou a articulação política do governo
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Kim Kataguiri criticou a articulação política do governo

Após discutir com a líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), o deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) criticou, em entrevista à Folha de S.Paulo , a articulação política do governo. Segundo ele, o culpado por tal articulação é justamente o "perfil de Bolsonaro", que não dialoga com os parlamentares.

Em entrevista à Folha , Kim Kataguiri afirmou que preferiu não responder mais aos ataques de Joice no Twitter porque ela "entrou no terreno da baixaria", e que a crítica que ele o deputado fazia – que desencadeou o bate-boca – foi à articulação política do governo, que ele considera "uma catástrofe". 

"Principalmente por causa do perfil do Bolsonaro, de não querer dialogar com o Congresso, de não querer receber parlamentares, de falar para todos os ministros fecharem as portas, de não escutar os projetos. Ou seja, de não fazer articulação republicana", criticou o deputado. 

"O governo está tentando transformar a articulação em sinônimo de corrupção. Quando, na verdade, é escutar os projetos para eventualmente encaminhar nos estados. Construir pontes, fazer hospitais, é legítimo também. Isso não tem nada a ver com corrupção", completou. 

Na noite do último domingo (24), o deputado disse, em sua conta do Twitter, que "falta coerência" do PSL em relação à articulação para aprovação da Reforma da Previdência. Joice , ex-aliada do MBL durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT), respondeu pedindo para que o deputado não fosse "mais oportunista do que a média de sempre". 

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Em seguida, Kim retrucou: "Tem de ser muito cara de pau para falar em oportunismo. Dizia que Maia era o demônio na Terra, o arqui-inimigo da Lava Jato, o símbolo-mor da corrupção. Depois de eleita, passou a ser Maia desde criancinha. Tenha dó".  Joice terminou a discussão chamando o líder do MBL de "moleque" e pediu que ele deixasse os adultos trabalharem.

Para o deputado, o estilo de Joice pode gerar mais "sentimento de corpo" contra o governo em outros parlamentares e a nomeação dela como liderança do Congresso foi uma tentativa de Bolsonaro para "apagar o fogo com pólvora". "Ele ficou traumatizado com o erro do major [Major Vitor Hugo, líder do governo na Câmara], que é um cara que não se impunha com os líderes, e aí acabou exagerando", opinou. 

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Questionado se os ataques de Joice vinham dela ou de ordens do Planalto, Kim Kataguiri disse acreditar que seja uma linha geral do governo, mas também da personalidade da deputada. "Estivemos juntos. Mas ela não reconhece que o trabalho dela não está funcionando. Há um sentimento de que a única direita possível é a do Bolsonaro", afirmou o líder do MBL. 

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