O presidente Jair Bolsonaro embarcou desembarcou na tarde deste domingo (17) em Washington, nos Estados Unidos, onde ficará até a próxima terça-feira (19). Bolsonaro se reunirá com o presidente Donald Trump e deve assinar acordos em diversas áreas. A viagem ocorre em um momento no qual o governo brasileiro diz que deseja se aproximar dos EUA , segundo maior parceiro comercial, atrás somente da China.
Ao desembarcar na capital americana, Jair Bolsonaro usou as redes sociais para reafirmar a busca por uma "parceria pela liberdade e prosperidade". O presidente, que deixou o Palácio da Alvorada às 7h10 e decolou às 7h59 da Base Aérea de Brasília, ficará hospedado na Blair House, palácio que pertence ao governo dos EUA.
O presidente viajou acompanhado de seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, e de ministros, incluindo Paulo Guedes, da Economia, e Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública.
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Esta será a primeira reunião bilateral entre Bolsonaro e Trump . Os dois conversaram por telefone no ano passado, após a vitória de Bolsonaro na eleição, quando Trump afirmou que desejava trabalhar com o presidente brasileiro nas áreas militar e comercial.
Na última semana, Bolsonaro informou que três acordos poderão ser assinados durante a viagem. Um deles é um acordo de salvaguardas tecnológicas (AST), que permite o uso comercial da base de lançamento de Alcântara (MA).
Tal acordo prevê que os Estados Unidos possam lançar satélites, foguetes e mísseis da base maranhense, ainda que o território continue sob a jurisdição brasileira. Bolsonaro já defendeu a medida em um pronunciamento ao vivo em rede social. De acordo com o presidente, o Brasil está "perdendo dinheiro" há muito tempo por não explorar a base de forma comercial.
Segundo o jornal O Globo , Bolsonaro deve também anunciar o fim da exigência de visto para turistas dos Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália que visitarem o Brasil. A Presidência ainda não confirmou oficialmente a medida.
Além disso, a crise na Venezuela também deve ser um tema da conversa entre os presidentes. Brasil e EUA estão entre os países que não reconhecem a legitimidade do governo de Nicolás Maduro e consideram o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Ainda na noite deste domingo, Bolsonaro deve participar de jantar oferecido pelo embaixador do Brasil em Washington às 19h30. No evento, o presidente se encontrará com “formadores de opinião”, segundo o porta-voz da Presidência da República.
Na segunda-feira (18), os ministros brasileiros participarão de um debate sobre investimentos, realizado na Câmara de Comércio, e de uma audiência com Henry Paulson, ex-secretário do Tesouro dos EUA. Está prevista a assinatura de acordos entre os dois países.
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Além disso, ainda na segunda, parte da comitiva participará de um painel chamado “Bolsonaro e Trump, novo começo das relações de Brasil e EUA”. Também está previsto um painel sobre o futuro da economia brasileira e de um jantar oferecido pelo conselho empresarial Brasil-EUA.
Na terça-feira (19) o presidente se encontrará com Luis Almagro, secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), pela manhã. Em seguida, Bolsonaro será recebido por Trump na Casa Branca, onde os dois terão um encontro privado, com a presença apenas de tradutor.
Ele permanecerá na residência oficial do presidente dos Estados Unidos para um almoço de trabalho e reunião e uma declaração à imprensa dos dois presidentes.
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Ainda na terça, Jair Bolsonaro ará uma visita ao Cemitério Nacional de Arlington, onde deve visitar o “túmulo do solado desconhecido”, homenagem àqueles que morreram em guerra e não puderam ser identificados. Por fim, o presidente brasileiro terá uma reunião com lideranças religiosas na Blair House, onde estará hospedado, seguida de um jantar de trabalho.