O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, respondeu a um artigo de opinião publicado pela página brasileira do jornal alemão Deustche Welle. Nessa quarta-feira (6), o veículo criticou algumas posturas do governo de Jair Bolsonaro (PSL), principalmente em relação ao meio ambiente.
Leia também: "Que diferença faz quem é o Chico Mendes?", diz ministro do Meio Ambiente
No artigo, o colunista Philipp Lichterbeck afirma que o governo Bolsonaro está "caminhando para transformar o meio ambiente brasileiro em um inferno" e que a a destruição parece ser "um dos principais projetos do novo governo". Ricardo Salles , por sua vez, respondeu à crítica em sua conta do Twitter dizendo que a crítica feita pelo Deutsche Welle ao governo brasileiro se enquadraria melhor ao regime nazista da Alemanha (1933-1945).
O ministro classificou o artigo como "lamentável" e afirmou que o texto parece mais com o que o país europeu fez com os judeus nos campos de concentração.
Salles ainda sublinhou uma parte do artigo que diz que o governo é formado por pessoas que "riem quando morre uma criança de sete anos. Que comemoram quando a polícia comete massacres em favelas, quando morrem ambientalistas ou vereadoras negras. Pessoas que não conhecem a diferença entre flertar e assediar. Pessoas com relações com milícias."
Leia também: Ministro do Meio Ambiente diz ter sido atacado por manifestantes do MST na Bahia
Em outro trecho do texto, o colunista critica diretamente o ministro e o compara com o "Ministério da Paz" do livro "1984", de George Orwell. "Ele poderia ter sido originado na obra '1984', de George Orwell, na qual o 'Ministério da Paz' é responsável pela organização da guerra. Porque, no Brasil, o ministro não tem interesse em proteger o meio ambiente, e sim em explorá-lo", escreveu.
"Já se sabe o que o presidente pensa sobre proteção ambiental desde 2012", continua o artigo. "Bolsonaro foi multado pelo Ibama enquanto pescava ilegalmente numa reserva natural. Ele violou a lei e prometeu pagar a multa – mas até hoje não o fez. Em outras palavras: o presidente bate na tecla do direito e da lei. Mas não quando se trata dele e do seu clã", criticou Lichterbeck.
No Twitter, seguidores criticaram a comparação. "Ministro, se o senhor não gosta da colocação de um jornal, não generalize e critique um país inteiro. Um país que, inclusive, deveria servir um pouco mais de referência ao senhor na área de meio ambiente. Um abraço."
Leia também: Após Brumadinho, ministro Ricardo Salles chama sistema de barragens de "arcaico"
Ricardo Salles , por sua vez, respondeu que não generalizou e citou um "fato da história". "Citei um fato da história, ao contrário do DW que, mesmo sendo do governo, atacou o governo brasileiro com acusações mentirosas e ofensivas. Leia o texto. Não se trata de 'colocação'", escreveu. Em outra resposta, ele voltou a dizer que o veículo é um canal público e "não pode dizer essas coisas do Brasil".