
Um policial federal chamou a atenção durante a escolta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está preso em Curitiba, no Paraná, ao velório do seu neto , Arthur Lula da Silva, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, no último sábado (2). Afinal, portando um fuzil, o agente ostentava em seu uniforme um distintivo da polícia de Miami/Swat, enquanto andava à frente do petista.
Em suas redes sociais, Danilo Campetti – que fez curso de especialização na divisão de armas e táticas especiais da polícia norte-americana – se orgulha do fato de ter feito também a segurança do presidente Jair Bolsonaro (PSL), quando ele era candidato. Inclusive, o policial federal não esconde a sua admiração pelo capitão, pois até sua foto de perfil é em apoio a Bolsonaro.
Sua imagem ao lado de Lula no último sábado reacendeu o debate sobre o posicionamento político de agentes de segurança. Além de tudo, Campetti também já deixou registrado em seu Instagram que esteve envolvido na operação que resultou na prisão do ex-presidente, em abril do ano passado.
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Criticado pelo uso do emblema norte-americano no uniforme, durante uma operação brasileira, o agente pode ter ainda a sua conduta investigada pela Corregedoria da Polícia Federal . Isso pelo menos é o que aponta a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR). Ontem, ela anunciou que acionará a corporação.
"O problema não é o mesmo policial que fez a escolta do Lula ter feito a segurança do Bolsonaro nas eleições. O grave é o engajamento político do policial pro Bolsonaro. É caso de corregedoria. Vamos tomar providências. E pedir explicações do porquê ostentar o símbolo da polícia americana", publicou Gleisi.
Em resposta às críticas, Campetti se posicionou nas redes sociais assumindo que esteve ao lado de Bolsonaro e que também esteve ao lado de Lula, mas ironiza a respeito da diferença nos dois trabalhos. "Vejam a diferença", diz em publicação.
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Questionada pelo jornal O Globo , a PF afirmou que não comentaria a escolta do ex-presidente Lula e também não respondeu sobre as normas para o uso de distintivos em uniformes. O policial federal Danilo Campetti não se pronunciou sobre o fato de ter usado o distintivo da Swat na operação que envolvia o ex-presidente petista.