A revista IstoÉ publicou nesta sexta-feira (22) uma reportagem na qual afirma que o senador e filho do presidente da República, Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), tem ligações com o esquema de candidaturas de laranjas do PSL no Rio de Janeiro. Para a IstoÉ , funcionárias também apontam ligação de Flávio com a milícia.
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A assessoria de imprensa de Flávio Bolsonaro divulgou uma nota à imprensa rebatendo as acusações feitas pela revista. “A revista faz uma ilação irresponsável tentando vincular o senador Flávio Bolsonaro com candidaturas irregulares e a milícia carioca em mais uma tentativa de denegrir a imagem do senador”, diz o texto.
A reportagem se baseia no fato de que Valdenice de Oliveira Meliga, conhecida como Val Meliga, era assessora de confiança de Flávio Bolsonaro e responsável pelas contas de campanha do então candidato a senador, inclusive assinando cheques em seu nome.
Um dos cheques assinados por Val, no valor de R$ 5 mil, é destinado à empresa Alê Soluções e Eventos LTDA, que pertence a Alessandra Cristina Ferreira de Oliveira, também funcionária do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). Alessandra era também tesoureira do PSL no período da campanha.
Sua empresa fez a contabilidade de Flávio e de outras 42 campanhas eleitorais do PSL no Rio, ou seja, um quinto das candidaturas do PSL passaram pelas mãos de Alessandra. Dessa forma, a mesma pessoa responsável por entregar e distribuir os recursos do partido recebia parte do dinheiro de volta para as contas de sua própria empresa.
De acordo com levantamento da IstoÉ , de todas as candidatas que contrataram Alessandra, mais de 95% receberam menos de dois mil votos, o que remete ao possível uso de laranjas para fazer retornar ao PSL dinheiro do fundo partidário. O PSL já está sendo investigado pelo uso de candidatas laranjas em Pernambuco. O caso, junto a outros fatores, resultou na queda do ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gustavo Bebianno .
Além disso, segundo a IstoÉ , Val Meliga tem dois irmãos supostamente milicianos. A ligação com a milícia também é reforçada pela revista pelo fato de que a empresa de Alessandra é sediada em uma região dominada pela milícia no Rio.
Alessandra Oliveira disse à revista que não enxerga conflito ético no fato de ser ao mesmo tempo tesoureira do partido, funcionária de Flávio Bolsonaro e ter contratado sua empresa para fazer a contabilidade das campanhas.
A assessoria de Flávio afirma que como Val é tesoureira do PSL, tinha como determinação legal assinar cheques do partido, não em nome do senador. A nota reforça que as prestações de contas eleitorais do partido e do senador foram aprovadas.
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Os supostos irmão milicianos de Val, segundo a equipe de Flávio Bolsonaro , são policiais militares. O texto diz ainda que o senador repudia as acusações e clama por uma apuração correta, responsável e honesta dos fatos.