A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta terça-feira (29) com um pedido para o petista sair da cadeia e acompanhar o funeral do seu irmão mais velho, Genivaldo Inácio da Silva. Pela lei, condenados que cumprem pena em regime fechado podem obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, em casos como o do irmão do ex-presidente Lula.
Irmão mais velho do petista, Vavá, como era conhecido, morreu hoje aos 78 anos vítima de um câncer. Ele estava internado há uma semana, mas não resistiu. O pedido do ex-presidente Lula foi protocado no iníicio da tarde e deve ser julgado ainda hoje. O petista está preso desde o dia 7 de abril do ano passado, condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro para beneficiar empreiteiras em negócios da Petrobras.
Pelas redes sociais, o deputado Lindbergh Farias (PT) disse que espera que o ex-presidente tenha direito de acompanhar o enterro . “Na ditadura, Lula pode sair da prisão para ir ao enterro da sua mãe. A Justiça vai negar agora?”, escreveu o deputado.
Outras figuras importantes do Partido dos Trabalhadores também comentaram a morte de Vavá. Presidente da chapa, Gleisi Hoffmann desejou "força" ao ex-presidente, e deu a entender que tem intenção de que ele deixe o cárcere.
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"Mais uma tristeza para Lula. Morre seu irmão mais velho, Vavá, vítima de um câncer. Lula tinha em Vavá uma figura paterna. Nossos sentimentos à família. Abraço afetuoso e de força a Lula. Esperamos que ele possa ver Vavá pela última vez", escreveu Gleisi.
A ex-presidente da República, Dilma Rousseff, também fez uma homenagem a Vavá e, assim como Gleisi, clamou pela presença de Lula para de despedir do irmão. "Recebi com muita tristeza a notícia da morte de Genival Inácio da Silva, o Vavá, que vinha lutando contra um câncer. Ele faleceu hoje. Lamento pela família e amigos, que enfrentam este momento de dor. Espero que o presidente Lula possa ao menos se despedir do seu irmão querido.", escreveu Dilma.
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Vavá era metalúrgico e funcionário público aposentado pela prefeitura de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Em 2005 ele foi acusado pela Polícia Federal de montar um escritório de lobby para empresários atuarem em prefeituras petistas e na Esplanada dos Ministérios, mas a investigação não caminhou. Em 2009, em uma entrevista à revista Istoé, o irmão do ex-presidente Lula reclamou por ter vida vigiada pelo parentesco com o petista.