A Justiça Federal do Paraná negou um pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para sair da cadeia e acompanhar o funeral do advogado e ex-deputado federal Luiz Carlos Sigmaringa Seixas. A defesa de Lula fundamentou o pedido no “estreito relacionamento pessoal existente há mais de 30 anos" entre Seixas e o ex-presidente.
Na decisão, o juiz plantonista Vicente de Paula Ataide Junior afirma que, apesar da proximidade com Sigmaringa Seixas , a liberação de Lula não pode ocorrer porque não há nenhum grau de parentesco entre ele e o falecido.
O ex-deputado morreu nesta terça-feira (24) no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, aos 74 anos. Ele sofria de leucemia. Seixas era identificado com a defesa dos direitos humanos. Foi filiado ao PMDB, ao PSDB e ao PT. Advogado, ele também atuou na defesa do ex-presidente Lula no processo relativo ao tríplex no Guarujá (SP).
No Twitter, o presidente Michel Temer lamentou “imensamente a morte do grande advogado e homem público, Sigmaringa Seixas”. Segundo o presidente, o ex-parlamentar era “um lutador pela democracia brasileira”.
De acordo com a assessoria de imprensa do Palácio do Planalto, Temer disponibilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar o corpo do advogado. O enterro ocorrerá na quarta-feira (26), no Cemitério Campo Santo, em Brasília. Outros políticos e autoridades também lamentaram a morte do ex-deputado.
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O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Claudio Lamachia, rememorou a atuação de Seixas na OAB-DF, na Comissão Brasileira de Justiça e Paz e no Comitê Brasileiro de Anistia a época da ditadura cívico-militar, e classificou a trajetória de Sigmaringa de "memorável".
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Sigmaringa Seixas foi consultor da Anistia Internacional, membro da Comissão Brasileira de Justiça e Paz e vice-presidente do Comitê Brasileiro de Anistia na capital federal. Formado em Direito pela Universidade Federal Fluminense (UFF), foi advogado de presos políticos durante o regime militar. O ex-parlamentar deixa esposa e dois filhos.