Ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e General Heleno (GSI) são homens-fortes de Bolsonaro
Rafael Carvalho/Governo de Transição
Ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e General Heleno (GSI) são homens-fortes de Bolsonaro

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni , anunciou no fim da tarde desta quarta-feira (2) que irá promover um processo de "despetização" em sua pasta, mediante à exoneração de servidores com "marca ideológica clara".

De acordo com Onyx Lorenzoni , de 300 a 320 servidores que ocupam cargos comissionados na Casa Civil serão exonerados e depois convocados para uma "conversa", na qual a equipe do governo irá "reavaliar" os funcionários. "Exatamente para não sair caçando bruxas, a gente exonera e depois a gente conversa para saber como os servidores chegaram aqui. Falando, a gente se entende."

"Esse é um ato importante para que a gente possa retirar de perto da administração todos aqueles que têm marca ideológica clara. Isso faz parte da 'despetização' do governo federal. Vamos governar livre de amarras ideológicas", afirmou Onyx.

O ministro reconheceu que a medida, que será publicada no Diário Oficial da União , pode comprometer as atividades da Casa Civil , mas disse que isso foi um risco calculado. "Tomamos essa decisão conscientes de ter alguma dificuldade, mas vamos governar com aqueles que acreditam no nosso projeto. Sem ter ninguém aqui que possa tomar qualquer atitude que possa colocar em risco o projeto que foi vitorioso nas urnas", disse. "O governo é novo. Ou afina com a gente, ou troca de casa", bradou.

O ministro disse considerar que essa medida deveria ter sido tomada já durante o governo do presidente Michel Temer (MDB) e fez uma anologia futebolística para justificar sua decisão. "É aquela história: eu sou gaúcho e sou colorado. Então não tem sentido eu colocar um gremista militante na diretoria do Inter", explicou.

De acordo com Onyx, a ideia de " despetização " será inicialmente adotada somente na Casa Civil, mas será proposta também aos demais ministros do governo Jair Bolsonaro (PSL) em reunião marcada para a manhã dessa quinta-feira (3). "Ao longo dos últimos 14 anos, ninguém aqui é ingênuo de achar que não houve um aparelhamento ideológico da estrutura do Estado. Então que governo nós vamos fazer de centro-direita, com uma aliança liberal-conservadora se nós não tivermos coragem de dizer: 'Olha, amigo, o teu perfil é socialista, é comunista. Volta pro teu órgão'."

Onyx, por outro lado, negou que haverá 'desmarunização' no governo, em alusão ao ex-ministro Carlos Marun, que foi alocado no apagar de luzes do governo Temer no conselho da Itaipu Binacional . O ministro explicou que o ato do agora ex-presidente não será revogado.

Ainda em seu anúncio, Onyx Lorenzoni evitou comentar possível  apoio do governo à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para novo mandato como presidente da Câmara dos Deputados. "O governo, desde que venceu a eleição, tem dito que o Bolsonaro tem a leitura de que não deve interferir nas decisões do Congresso Nacional. Quanto mais autonomia os poderes tiverem, melhor para a consolidação da nossa democracia. Então não há nenhum grau de intervenção", afirmou.

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