Acompanhado de sua esposa, Bia Doria, e do vice Rodrigo Garcia (DEM), o governador João Doria (PSDB) chegou à Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) por volta das 9h na manhã desta terça-feira (1ª) para a cerimônia de posse ao Governo do Estado de São Paulo.
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Recebidos pelo presidente da Casa, o deputado tucano Cauê Macris, João Doria protagonizou um discurso curto e depois seguiu para o Palácio dos Bandeirantes, onde o então governador, Márcio França (PSB), fez a transmissão de cargo, e os 20 secretários da nova gestão assumiram seus postos.
Durante sua passagem pela Alesp, o novo governador afirmou que o estado deve deixar de “pensar pequeno” e seguiu fazendo críticas aos 23 anos de gestões tucanas anteriores, afirmando que “São Paulo vai mudar", porque "agora tem comando”.
O ex-governador do estado Geraldo Alckmin, atual presidente do PSDB , não compareceu à cerimônia e também foi ignorado por Doria, que chegou a dizer que irá ajudar o partido “a estar sintonizado com o novo Brasil". Alckmin foi citado apenas uma vez, quando o empresário afirmou que ao promover mudanças no partido, não desrespeitaria a história dos ex-governadores.
Doria aproveitou para chamar o Palácio dos Bandeirantes de “palácio do trabalho” e informou que os que forem até lá não devem esperar “muito café”, mas trabalho.
No Palácio dos Bandeirantes, ele seguiu fazendo um discurso e declarou não ter medo de "cara feia" e que não vai dar ouvidos a "pedidos espúrios" de políticos. "Faremos amplo programa de desestatização sem medo de cara feia e bandeiras vermelhas."
O novo governador também garantiu que irá ouvir as urnas e fazer um governo “com políticos”, e não “de políticos”. "Não há espaço para governo apenas de políticos e partidos, agora é governo do povo com os políticos."
Em relação à falta de deputados de oposição em posse, o tucano chegou a dizer que "democracia é isso, faz parte". "Quero valorizar diálogo e prática democrática", pontuou ressaltando que será governador "dos que votaram em nós e dos que não votaram".
O evento completo foi encerrado antes das 11h30 da manhã, o que, oficialmente, já havia sido justificado pela "necessidade de cortar gastos" e o interesse em já "dar início ao dia de trabalho", segundo afirmou o vice-governador Rodrigo Garcia (DEM).
"Vai ser uma posse racional. O governador determinou que se enxugasse o tamanho dessa cerimônia para que se evitasse gastos desnecessários de recursos públicos. Então será uma posse rápida e racional, com a previsão de encerramento ainda antes do almoço", disse Garcia, no mês passado.
Doria viaja para Brasília ainda nesta terça-feira, onde participará da cerimônia de posse de Jair Bolsonaro
(PSL), que terá início às 15h, e a quem continuou declarando apoio.
João Doria e Jair Bolsonaro
Bolsonaro foi usado por Doria como arma para vencer a acirrada corrida eleitoral em São Paulo, onde o ex-prefeito obteve 51% dos votos válidos na disputa contra Márcio França . O chamado voto 'Bolsodoria' foi defendido pelo empresário visando atrair o eleitorado antipetista, ainda que Bolsonaro fosse adversário do correligionário e outrora padrinho político de Doria, Geraldo Alckmin.
O novo governador busca pavimentar seu caminho rumo ao Palácio do Planalto, nas eleições de 2022 – desejo que ele jamais escondeu e que chegou a ser possibilidade ainda em 2018. Mas, desta vez, Doria se vê obrigado a colocar à prova seu projeto de governo a médio e longo prazo, diferentemente do que fez na capital paulista, onde governou por apenas 15 meses.
Doria assume o governo de São Paulo com a promessa de promover uma "gestão eficiente", ampliar parcerias público-privadas para melhorar serviços nas áreas da educação e saúde, e de combater fortemente a criminalidade no Estado.
O mandato de João Doria no Palácio dos Bandeirantes, caso o tucano não se afaste antes, vai até o dia 31 de dezembro de 2021.