Fabrício Queiroz, ex-motorista do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), alegou "inesperada crise de saúde" e não compareceu ao depoimento no Ministério Público Estadual do Rio, marcado para a tarde desta quarta-feira (19). A oitiva foi remarcada para as 14h de sexta-feira (21).
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Em nota, o MP-RJ relatou que os advogados do ex-assessor de Flávio Bolsonaro
alegaram, já no início desta tarde, que "não tiveram tempo hábil para analisar os autos da investigação". A defesa relatou ainda que Queiroz teve "inesperada crise de saúde" e está "em atendimento para a realização de exames médicos de urgência, acompanhado de sua família".
Mais cedo, o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, havia sido mais sucinto ao ser questionado sobre a oitiva de Queiroz: "Ele não veio. Não veio depor".
O nome de Fabrício Queiroz
apareceu em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que integrou a investigação da Operação Furna da Onça, desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.
Segundo as informações da investigação, Queiroz movimentou R$ 1,2 milhão em uma conta bancária durante um ano, quando recebia salário de R$ 23 mil por mês. As transações foram consideradas atípicas e passaram a ser investigadas.
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Segundo o relatório, o ex-assessor repassou R$ 24 mil a Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama. Jair Bolsonaro, presidente eleito, justificou que era a quitação de um empréstimo de R$ 40 mil feito por ele a Queiroz, que foi exonerado do gabinete de Flávio em outubro deste ano. Além de motorista, o investigado também tinha vínculo com a Polícia Militar.
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De acordo com o presidente eleito, Queiroz utilizou a conta da futura primeira-dama para receber o dinheiro "por questão de mobilidade", já que Jair Bolsonaro alegou que tem pouco tempo para ir ao banco em razão da rotina de trabalho. Flávio Bolsonaro , por seu turno, afirma que não fez "nada de errado" e que espera que o caso seja esclarecido.