Defensor do Escola sem Partido, procurador Guilherme Schelb é cotado ao cargo de ministro da Educação
Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados - 21.3.17
Defensor do Escola sem Partido, procurador Guilherme Schelb é cotado ao cargo de ministro da Educação

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, está reunido com o procurador Guilherme Schelb, principal cotado ao posto de ministro da Educação no futuro governo. O encontro teve início às 14h30 desta quinta-feira (22) na Granja do Torto, escolhida para ser a residência oficial da família Bolsonaro. 

O próprio  Bolsonaro elogiou Schelb mais cedo e confirmou a possibilidade de nomeá-lo para ser ministro da Educação , destacando suas posições favoráveis ao projeto do Escola sem Partido, cujo texto está em discussão no Congresso e prevê limitações aos debates em sala de aula sobre questões de gênero e sexualidade.

“Quem ensina sexo para criança é papai e mamãe”, afirmou Bolsonaro após reunião no Comando da Marinha. “Escola é lugar de se aprender física, matemática, química e fazer com que no futuro tenhamos um bom empregado, um bom patrão e um bom liberal. Esse é o objetivo da educação”, completou.

Procurador da República e autor de livros sobre infância e educação, Schelb tem no currículo participações em audiências públicas na Câmara para defender o Escola sem Partido. Em uma delas, o procurador disse que há professores que atuam como "verdadeiros ativistas da erotização de crianças". 

"Muitos professores, induzidos por políticas públicas na educação ilegais, que não respeitam a Constituição, Estatuto da Criança, Código Penal ou Código Civil, além de outras leis, praticam atos sem conhecer a lei. Se conhecerem as leis, não vão aplicar esse material didático. Por outro lado, há professores que são verdadeiros ativistas da erotização da criança. Incluem no conteúdo de aulas de educação sexual, de direitos humanos, pornografia, estímulo a práticas sexuais adultas", disse Schelb em audiência realizada em março do ano passado.

Cotado a ministro da Educação tem aval de evangélicos

Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, era cotado a assumir cargo de ministro da Educação
Mozart Neves Ramos/Divulgação
Mozart Neves, diretor do Instituto Ayrton Senna, era cotado a assumir cargo de ministro da Educação

O nome de Guilherme Schelb ganhou força após integrantes da bancada evangélica protestarem por conta da suposta nomeação do professor Mozart Neves Ramos , do Instituto Ayrton Senna, para chefiar o Ministério da Educação.

A informação foi noticiada no fim da tarde dessa quarta-feira (10) e provocou reações devido ao posicionamento mais progressista do educador, o que contrasta com diretrizes do novo governo. Horas mais tarde, o próprio Bolsonaro desmentiu a suposta nomeação.

"Alguém anunciou um nome para o Ministério da Educação sem que houvesse nenhuma definição por parte do governo de transição", reclamou o ministro extraordinário da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). "Quero dizer que nós temos profundo respeito... Profunda admiração pela história do professor Mozart Ramos. Mas, em nenhum momento, foi dado qualquer indicativo de definição."

Após o episódio, Bolsonaro disse que busca "um bom nome técnico" para a pasta e enfatizou que dará prioridade para a educação. "É um ministério importantíssimo, como outros. É ali que está o futuro do Brasil", afirmou. "O Brasil não pode ir pra frente com a educação dessa maneira", continuou. 

Leia também: Onyx Lorenzoni diz que governo Bolsonaro quer deixar Brasil sem analfabetos

Coordenador da equipe do governo de transição, Onyx atribuiu à oposição o vazamento das informações sobre a suposta nomeação do professor Mozart Neves como ministro da Educação , e pediu "uma trégua e um período de paz" neste início de trabalhos. "Tenham um pouquinho de paciência. Nos permitam trabalhar com seriedade, com dedicação, com humildade para poder transformar o Brasil."

*Com informações da Agência Brasil

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