Futuro ministro da Casa Civil e atual ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni afirmou nesta quinta-feira (22) que o governo de Jair Bolsonaro vai buscar o analfabetismo zero no Brasil. Segundo o aliado do presidente eleito, é inaceitável que em 2018 o País ainda tenha uma grande taxa de analfabetos.
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“Queremos como política de governo que o governo Jair Bolsonaro possa a partir deste mandato buscar o analfabetismo zero. Como a gente vive no século XXI com 9% das nossas crianças analfabetas? Nós não podemos ter as crianças na oitava série sem saber ler e escrever. Não podemos ter nossos jovens chegando à universidade sem capacidade de resolver uma equação simples, ou sem capacidade de fazer interpretação de textos”, afirmou o ministro.
O discurso veio justamente no momento em que o governo é pressionado pela bancada evangélica após Mozart Ramos ser o principal cotado a assumir o Ministério da Educação . A parte importante da Câmara dos Deputados que apoio a eleição de Jair Bolsonaro gostaria de ter um representante próprio na pasta.
“Não haverá ‘toma lá da cá’ no governo Bolsonaro. Não há divergência com bancada nenhuma e em nenhum momento houve dentro do grupo de transição a indicação de um nome para o Ministério da Educação ”, disse.
Apesar de negar que já tenha um escolhido para ser ministro, Onyx Lorenzoni rasgou elogios ao Instituto Ayrton Senna, o qual Mozart Ramos é diretor de Articulação e Inovação e tem boa relação com a presidente da organização, Viviane Senna.
“Pessoas como a Viviane Senna, que atenderam a um convite do presidente para dialogar, assim como o professor Mozart Ramos, que é o diretor executivo do Instituto Ayrton Senna e tem uma carreira admirável e é respeitado por educadores de todo o Brasil, vieram a nosso convite para nos ensinar e receberam ataques sem nenhum fundamento e agradecemos o apoio neste momento de transição”, esclareceu o ministro.
Onyx Lorenzoni ainda fez questão de ressaltar que zerar o analfabetismo no Brasil é difícil, mas não é impossível se houver uma política voltada à educação de qualidade. O governo Bolsonaro não pretende retirar recursos das universidades, mas readequar o investimento para suprir os principais problemas atuais.
“A gente não vai desvestir um santo para tapar outro (...). Tem que quebrantar o nosso coração como pais e como mães, independente de posicionamento político. (...) Mais da metade dos recursos do Ministério da Educação vão para universidades públicas, mas 80% dos universitários brasileiros estão matriculados em instituições privadas”, esclareceu.
De acordo com os dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 11, 5 milhões de brasileiros não sabem ler e escrever. O Plano Nacional de Educação proposto pelo Governo Federal em 2015 previa erradicar o analfabetismo até 2024.