O presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL)
, reconheceu nesta quarta-feira (7) que pode recuar da ideia de levar a pasta da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) para dentro do até então chamado 'Superministério' da Justiça prometido a Sérgio Moro.
"Talvez tenhamos que manter a CGU com status de ministério", afirmou Bolsonaro ao deixar café da manhã com o comando da Aeronáutica, em Brasília (evento que significou última cortesia aos comandantes das Forças Armadas, após o presidente ter feito o mesmo com Marinha e Exército). "Não é pela governabilidade, mas sim para que a gente possa apresentar um resultado", completou.
O futuro presidente havia afirmado, ainda na semana passada
, que estudava reduzir os atuais 29 ministérios para um número entre 15 e 17 a partir de sua posse, em janeiro. Com o possível recuo sobre o Ministério da Transparência
e CGU, no entanto, Bolsonaro deve ter ao menos 18 pastas. "Pode ser que aumente [o número de pastas]. O que precisamos é que esses órgãos funcionem sem interferência política", explicou o presidente.
Com a consolidação das mais recentes movimentações do futuro governo, Paulo Guedes pode acabar isolado na condição de 'superministro'. O segundo detentor desse título era o general Heleno, coordenador de um dos grupos de trabalho da equipe de transição e que estava acertado para assumir o ' Superministério ' da Defesa. O militar da reserva do Exército, no entanto, foi confirmado nesta quarta-feira como futuro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Apesar de possivelmente vir a ser esvaziada, a 'superpasta' prometida a Moro ainda terá grande alcance. Isso porque o agora ex-juiz da Lava Jato comandará o que hoje são os ministérios da Justiça e da Segurança Pública, e também deve coordenar parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), hoje ligado exclusivamente à pasta da Fazenda.
Bolsonaro e sua equipe intensificaram nesta semana os trabalhos de preparação para o futuro governo. Vinte e oito nomes já foram anunciados para compor a equipe do governo de transição, cujo QG foi instalado no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília.
Ainda nesta quarta-feira, Bolsonaro se reúne com o presidente Michel Temer (MDB) e também deve ter encontro com parlamentares para discutir a possibilidade de avançar com a proposta de reforma da Previdência ainda neste ano.