Juiz federal viaja ao Rio de Janeiro nesta quinta; Moro encontra Bolsonaro em sua residência, na Barra, logo pela manhã
Reprodução/TV Globo
Juiz federal viaja ao Rio de Janeiro nesta quinta; Moro encontra Bolsonaro em sua residência, na Barra, logo pela manhã

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) conversou, na manhã desta quinta-feira (1º), com o juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato na primeira instância. Moro encontra Bolsonaro em sua residência, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Ele desembarcou logo cedo na cidade e se dirigiu direto para a casa do candidato eleito. 

Bolsonaro indicou que  pretende convidar Moro para assumir o Ministério da Justiça, que deverá ser transformado em um superministério para combater a violência e a corrupção. Agora que Moro encontra Bolsonaro , o convite deve ser oficializado e o juiz federal pode dar a sua resposta ainda hoje ao presidente eleito.

Logo após a visita, que durou cerca de uma hora e meia, o juiz tentou falar com profissionais da imprensa que estavam na frente da casa de Bolsonaro, mas, diante da aglomeração de apoiadores do candidato do PSL, desistiu e voltou para o carro, partindo do lugar, sem falar com ninguém. 

Ainda à espera de confirmação oficial, o superministério da Justiça deverá reunir Segurança Pública, Controladoria-Geral da União e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

Após as eleições, Bolsonaro afirmou, durante entrevistas, que Moro poderia assumir o Ministério da Justiça ou, futuramente, uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz federal agradeceu o convite, afirmando estar “honrado” pela lembrança e que “refletiria” sobre o assunto. “Caso efetivado oportunamente o convite, será objeto de ponderada discussão e reflexão.”

Assista ao momento que Moro chega para o encontro com Bolsonaro

Para especialistas que acompanham o processo político, ocupar o Ministério da Justiça representa uma espécie de rito de passagem para, futuramente, ser nomeado para o Supremo.

Durante o mandato presidencial, Jair Bolsonaro poderá fazer duas indicações ao Supremo. A primeira oportunidade será em novembro de 2020, quando o ministro Celso de Mello, decano da Corte, completa 75 anos e será aposentado compulsoriamente. No ano seguinte, será a vez do ministro Marco Aurélio Mello deixar o STF.

Leia também: Moro deveria "assumir" que é um político e aceitar ministério, diz Ciro Gomes

Moro, de 46 anos, procura ser discreto nas atitudes, mas ganhou notoriedade ao comandar, há quatro anos, o julgamento em primeiro instância dos processos relativos à Operação Lava Jato, nos quais foram envolvidos nomes como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu, empresários e parlamentares.

O escândalo relativo aos desdobramentos da Lava Jato é considerado um dos mais complexos casos de corrupção e lavagem de dinheiro no país.

No ano passado, Moro condenou Lula a nove anos e seis meses de prisão. Foi a primeira condenação de um ex-presidente da República. A decisão foi ampliada em segunda instância, e o ex-presidente agora cumpre pena em Curitiba, desde abril.

Enquanto Moro encontra Bolsonaro , a advogada Janaína Paschoal – que ganhou notoriedade ao ser autora do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – perguntou nas redes sociais quem teria medo de Moro na pasta de Bolsonaro. Sua declaração  ganhou repercussão na manhã desta quinta-feira. 

* Com informações da Agência Brasil.

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