WhatsApp virou centro das atenções na disputa eleitoral após denúncia de suposto caixa dois de Bolsonaro
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WhatsApp virou centro das atenções na disputa eleitoral após denúncia de suposto caixa dois de Bolsonaro

A Polícia Federal intimou o WhatsApp a informar os números usados para disparo automático de milhões de mensagens com conteúdo contra o Partido dos Trabalhadores (PT) na plataforma. A medida foi tomada nesta semana no âmbito do  inquérito instaurado para investigar suposta irregularidade na contratação desse serviço por parte de empresários que apoiam o candidato Jair Bolsonaro (PSL) – caso chamado nas redes sociais de 'caixa dois de Bolsonaro'.

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A PF quer saber de onde partiram as mensagens em massa e se o conteúdo delas efetivamente era positivo ou negativo para qualquer um dos candidatos à Presidência. As suspeitas sobre eventual caso de ' caixa dois de Bolsonaro ' surgiram após denúncia do jornal Folha de S.Paulo, segundo o qual ao menos quatro empresas foram contratadas por até R$ 12 milhões para disparar correntes contra o candidato Fernando Haddad (PT).

O próprio WhatsApp suspendeu as contas das agências Quickmobile, Yacows, Croc services e SMS Market, que foram notificadas extrajudicialmente para que  interrompam o envio automático de mensagens na plataforma.

Essas empresas, ainda segundo a reportagem da Folha , compraram bancos de dados com informações de usuários, segmentados por perfil e região, para fazer os disparos das mensagens – o que é ilegal.

O inquérito aberto no último sábado (20) é conduzido pela Diretoria de Combate ao Crime Organizado pela PF, que apura o caso no âmbito criminal. Já na esfera eleitoral, é a Procuradoria-Geral Eleitoral quem investiga as denúncias.

A contratação das empresas que atuam no WhatsApp já motivou também a abertura de processo junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A ação foi recebida a pedido dos advogados da chapa de Haddad, que apontaram possível comentimento de crime de abuso de poder econômico.

defesa de Bolsonaro rebateu, em manifestação enviada ao TSE nesta semana, alegando que o candidato não precisa pagar pelo envio de mensagens, pois dispõe de uma rede de apoiadores "independente e espontânea". "A denúncia foi construída especialmente para desconstruir a imagem do candidato Jair Messias Bolsonaro e instalar o caos no processo eleitoral 2018”, dizem os advogados do capitão da reserva.

Apesar das discussões acerca do suposto caso de ' caixa dois de Bolsonaro ', pesquisa Ibope divulgada nesta semana aponta que a influência do WhatsApp nas eleições é limitada. Segundo o levantamento, 73% dos eleitores afirmaram que não receberam mensagens que atacavam nenhum dos 13 candidatos à Presidência no primeiro turno. Dentre aqueles que receberam, 75% disseram que isso não influenciou na decisão de seus votos.

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