Faltando quatro dias para o segunto turno das eleições presidenciais de 2018, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu uma carta expressando preocupação com a "ameaça fascista que paira sobre o Brasil".
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Na avaliação do ex-presidente Lula, o desespero da população e de parte da classe política pode levar o Brasil de encontro a ameaça fascista , "como já vimos acontecer em outros países ao longo da história".
O líder petista não cita nominalmente o candidato Jair Bolsonaro (PSL), mas pede união dos democratas - sobretudo daqueles que divergem do Partido dos Trabalhadores - em torno da candidatura de Fernando Haddad (PT). ]
"Se há divergências entre nós, vamos enfrentá-las por meio do debate, do argumento, do voto. Não temos o direito de abandonar o pacto social da Constituição de 1988", afirma o ex-presidente.
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Leia, abaixo, os principais trechos da missiva de Lula :
" Meus amigos e minhas amigas,
Chegamos ao final das eleições diante da ameaça de um enorme retrocesso para o país, a democracia e nossa gente tão sofrida. É o momento de unir o povo, os democratas, todos e todas em torno da candidatura de Fernando Haddad, para retomar o projeto de desenvolvimento com inclusão social e defender a opção do Brasil pela democracia.
(...) T enho muito orgulho do legado que deixamos para o país, especialmente do compromisso com a democracia. Nosso partido nasceu na resistência à ditadura e na luta pela redemocratização do país, que tanto sacrifício, tanto sangue e tantas vidas nos custou.
Neste momento em que uma ameaça fascista paira sobre o Brasil, quero chamar todos e todas que defendem a democracia a se juntar ao nosso povo mais sofrido, aos trabalhadores da cidade e do campo, à sociedade civil organizada, para defender o estado democrático de direito. Não podemos deixar que o desespero leve o Brasil na direção de uma aventura fascista, como já vimos acontecer em outros países ao longo da história. Neste momento, acima de tudo está o futuro do país, da democracia e do nosso povo. É hora de votar em Fernando Haddad, que representa a sobrevivência do pacto democrático, sem medo e sem vacilações ."
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