O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) ganhou liberdade menos de 24 horas após ter sido preso por conta de investigações acerca de caixa dois
de R$ 12 milhões da Odebrecht para suas campanhas em 2010 e 2014.
O habeas corpus de soltura a favor de Marconi Perillo foi expedido nesta quinta-feira (11) pelo desembargador Olindo Menezes, da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1). O magistrado considerou, em seu despacho, que "todas as suspeitas da autoridade policial e do magistrado devem ser apuradas, mas isso não equivale a que os investigados sejam presos de logo, sem culpa formada".
A prisão do ex-governador goiano foi efetivada na tarde de ontem, quando Perillo prestava depoimento à Polícia Federal a respeito das investigações da Operação Cash Delivery , deflagrada no fim do mês passado.
O tucano é investigado com base em informações prestadas nas delações premiadas de executivos da Odebrecht . De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o tucano solicitou e recebeu propina no valor de R$ 2 milhões em 2010, e de R$10 milhões, em 2014, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no estado de Goiás.
Documentos apreendidos ao longo das investigações indicam que Perillo era identificado em planilhas sobre repasses da construtora pelos codinomes "Master", "Padeiro", "Calado" e "Patati". Segundo informações prestadas por um doleiro em depoimento, os pagamentos a pessoas interpostas pelo ex-governador foram feitos por meio da entrega de malas e mochilas com o dinheiro em espécie.
Defesa de Marconi Perillo disse que prisão "afronta" jurisprudência do STF
Ainda ontem, o advogado que representa o ex-governador, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, se disse "perplexo" e "indignado" com a prisão de Perillo. Em nota, o defensor disse que a medida "afronta pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade".
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"Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-governador Marconi Perillo , principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento", afirmou a defesa, citando liminares que concederam liberadade a outros investigados nessa operação.