Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo prestava depoimento na Polícia Federal no momento em que foi preso
Wilson Dias/ABr
Ex-governador de Goiás, Marconi Perillo prestava depoimento na Polícia Federal no momento em que foi preso

O ex-governador de Goiás Marconi Perillo (PSDB) foi preso nesta quarta-feira (10) em razão das investigações da Operação Cash Delivery , que apura pagamento de caixa dois no valor de R$ 12 milhões da Odebrecht para suas campanhas em 2010 e 2014.

A ordem de prisão de Marconi Perillo foi cumprida quando ele prestava depoimento à Polícia Federal. Seu advogado, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, se disse "perplexo" e "indignado" com a situação (veja mais sobre o posicionamento da defesa abaixo).

O ex-governador goiano foi alvo da Operação Cash Delivery , deflagrada no fim do mês passado, quando a Polícia Federal chegou a informar que o tucano teve sua prisão decretada. A informação foi corrigida momentos mais tarde, uma vez que Perillo já não poderia ser preso pois estava protegido pela Legislação Eleitoral, que proíbe a prisão de candidatos às vésperas da eleição. O tucano tentou se eleger senador, mas obteve apenas 416 mil votos e ficou sem mandato.

As investigações contra o ex-governador decorrem das delações premiadas de executivos da Odebrecht . De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), o tucano solicitou e recebeu propina no valor de R$ 2 milhões em 2010, e de R$10 milhões, em 2014, em troca de favorecer interesses da empreiteira relacionados a contratos e obras no estado de Goiás.

Documentos apreendidos ao longo das investigações indicam que Perillo era identificado em planilhas sobre repasses da construtora pelos codinomes "Master", "Padeiro", "Calado" e "Patati". Segundo informações prestadas por um doleiro em depoimento, os pagamentos a pessoas interpostas pelo ex-governador foram feitos por meio da entrega de malas e mochilas com o dinheiro em espécie.

Leia também: TRF-4 nega pedido de Lula para retirar delação de Palocci de ação da Lava Jato

Confira abaixo a nota da defesa de Marconi Perillo:

Segundo delatores da Odebrecht, Marconi Perillo pediu e recebeu doações ilegais em campanhas de 2010 e 2014
Fotos Públicas
Segundo delatores da Odebrecht, Marconi Perillo pediu e recebeu doações ilegais em campanhas de 2010 e 2014

A defesa de Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2 liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores.

O novo decreto de prisão é praticamente um “copia e cola” de outra decisão de prisão já revogada por determinação do TRF-1. Não há absolutamente nenhum fato novo que justifique o decreto do ex-Governador Marconi Perillo, principalmente pelas mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste momento.

Leia também: Polícia apreende carros, maços de dinheiro e prende autor de golpes de R$ 400 milhões

Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão por fatos que não tenham comtemporaneidade.

Marconi Perillo recebeu o decreto de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no esclarecimento dos fatos .

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!