Sebastián Piñera, bilionário e presidente do Chile em segundo mandato, falou sobre a adequação do plano econômico de Jair Bolsonaro (PSL) ao cenário brasileiro, enquanto Matteo Salvini, líder da extrema-direita italiana, afirmou que este é mais um exemplo da "revolução do bom senso que está percorrendo toda a Europa". As lideranças internacionais, diferentes entre si, declararam apoio a Bolsonaro nas eleições presidenciais de segundo turno no Brasil, marcadas para 28 de outubro.
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Apoio a Bolsonaro no Chile
Para o chileno, que falava sobre o cenário político, econômico e social na América Latina, os planos de abertura econômica do candidato do PSL vão colocar o Brasil na melhor direção, demonstrando apoio a Bolsonaro . Piñera adotou práticas similares na presidência de seu país entre 2010 e 2014 e tenta repetir o feito em mandato iniciado em março deste ano.
O líder da coalizão Vamos Chile afirmou em um encontro econômico realizado em Madri pelo jornal espanhol El País que "os sinais que ele está dando sobre abrir a economia brasileira, reduzir o déficit fiscal, reformar as aposentadorias e reduzir o tamanho do setor público com privatizações é o que um país como Brasil, o que um gigante, precisa", sem entrar em detalhes sobre como o plano de governo de Bolsonaro trata essas e outras questões.
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Posteriormente, falou sobre as tensões em Venezuela e Argentina e novamente citou Jair Bolsonaro, afirmando que tem conhecimento das 'polêmicas' em que o candidato está envolvido, sobretudo de ataques a LGBTs e mulheres , e que entende as incertezas, uma vez que "ninguém conhece muito bem sua trajetória".
Apoio a Bolsonaro na Itália
Acusado de racismo por grupos de direitos humanos e a igreja católica italiana, Salvini se envolve constantemente em polêmicas com a Comissão Europeia por conta de comentários a respeito da onda migratória na Europa.
Salvini foi eleito ministro do interior após discursar, durante a campanha, afirmando que expulsaria 500 mil estrangeiros clandestinos da Itália. Questionado sobre possível fomento à xenofobia, usou, no dia de aniversário do ex-líder fascista Benito Mussolini, a célebre frase dele: "Muitos inimigos, muita honra".
No passado recente, Matteo Salvini fez uma proposta, em 2009, que sugere a segregação entre italianos e estrangeiros em Milão. Segundo ele, deveria ser pensado, inclusive, assentos ou vagões reservados para milaneses em transportes públicos.
Ao lado da candidata de extrema-direita derrotada na última eleição presidencial francesa, Marine Le Pen, elogiou o resultado eleitoral de Bolsonaro e ressaltou seu apoio. Questionado sobre as polêmicas do candidato brasileiro, afirmou: "Não entendo alguns jornalistas italianos que chamam de racista-nazista-xenófobo qualquer um que defenda mais ordem e segurança para os cidadãos".
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O discurso vai ao encontro das ideias de Jair Bolsonaro na medida em que diz que as minorias devem se curvar as maiorias, assim como ambos atacam jornalistas e criticam o chamado "politicamente correto". O apoio a Bolsonaro vem em questões econômicas no Chile e morais e sociais na Itália.