O recém-emposssado novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Dias Toffoli, afirmou que as urnas eletrônicas são seguras e que o resultado apurado por elas é confiável. A declaração do ministro foi dada em resposta a declarações feitas pelo candidato presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), que levantaram a possibilidade de ocorrer uma fraude nessas eleições.
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"Não tem absolutamente sentido isso, as urnas eletrônicas brasileiras são totalmente confiáveis", disse o ministro Dias Toffoli. "Digo apenas e tão somente que ele [Bolsonaro] sempre foi eleito através da urna eletrônica", afirmou o presidente do Supremo. A declaração foi dada a jornalistas, durante uma entrevista na sede do STF, em Brasília.
Em um vídeo divulgado neste domingo, o candidato Bolsonaro – que continua internado após um ataque sofrido durante campanha – sugeriu a existência de programas eletrônicos que possam fraudar as urnas e que podem, segundo ele, inserir "uma média de 40 votos para o PT" em diversas sessões, onde ocorrerão as votações em todo o País.
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Essas afirmações do candidato não são as primeiras que apontam a hipótese de hackear as urnas usadas nas eleições brasileiras. Antes desse vídeo, em outras ocasiões, Bolsonaro e outros candidatos também já falaram a respeito dessa possibilidade. Porém, nenhum dos acusadores deu qualquer evidência que sustente tais afirmações. Nem Bolsonaro, nesse vídeo.
Tais urnas começaram a ser implantadas no Brasil nas eleições em 1996. No entanto, só passaram a ser utilizadas em todos os municípios nas eleições de 2002. Embora Dias Toffoli tenha alfinetado o candidato à Presidência afirmando que ele mesmo "sempre" foi eleito com esse equipamento, tal afirmação é incorreta.
Afinal, Bolsonaro está em seu sétimo mandato como deputado e ele foi eleito em três eleições antes de 2002. Depois, claro, nas outras quatro vezes, foi escolhido sob a ajuda das urnas brasileiras eletrônicas.
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Agora presidente do STF, o ministro Dias Toffoli também já foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), última instância da Justiça Eleitoral e órgão responsável por organizar as eleições no País, que também possui total responsabilidade pelas urnas eletrônicas do Brasil.