O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL), candidato à presidência da República, entrou com uma ação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) requisitando que as reportagens publicadas na Folha de S.Paulo que façam referência à Walderice Santos, a “Wal”, como é conhecida, sejam excluídas da internet.
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A defesa de Jair Bolsonaro pede, ainda, direito de resposta no jornal. Os advogados do deputado argumentam que ele foi caluniado pelos jornalistas. De acordo com a Folha , Wal seria uma funcionária fantasma do deputado. Ela prestaria serviços pessoais a ele, sendo paga com verbas da Câmara.
O assunto voltou à tona quando, questionado por Guilherme Boulos (PSOL) em um debate entre os presidenciáveis sobre quem é Walderice Santos, Bolsonaro disse tratar-se de uma funcionária de seu gabinete parlamentar.
Em janeiro deste ano, uma reportagem publicada na Folha havia mostrado que capitão reformado usava verba da Câmara para pagar uma funcionária que vive em um distrito a 50km de Angra dos Reis (RJ). A assessora de Bolsonaro , explicou o candidato, estaria de férias quando a reportagem do jornal a encontrou trabalhando em uma loja de açaí.
Buscando passar a limpo a história, os repórteres do jornal retornaram, em agosto, ao pequeno município fluminense.
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Os jornalistas encontraram Wal , como ela é conhecida, na mesma banca de açaí, trabalhando. O marido da vendedora, Edenilson, é caseiro de Bolsonaro , que possui uma casa de veraneio na cidade.
Questionada pelos repórteres se era certo que ela recebesse dinheiro da Câmara para prestar serviços pessoais ao candidato à Presidência , Walderice disse: “Mas aí é uma coisa que cabe a ele responder”.
De acordo com as regras da Câmara, os assessores parlamentares precisam trabalhar de forma exclusiva para o gabinete parlamentar durante 8 horas diárias.
Questionado pelo jornal, Bolsonaro alegou que Wal tem como função reportar a ele e ao chefe de seu gabinete “qualquer problema na região”. A Folha pediu ao deputado que desse exemplos de serviços do tipo prestados por ela, mas ele não soube informar nenhum.
Minutos após a visita dos repórteres, a assessora de Jair Bolsonaro informou que iria se demitir do cargo. O deputado, então, exonerou Wal.
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