Luís Roberto Barroso foi sorteado para relatar ação da PGR no TSE contra a candidatura do ex-presidente Lula
Nelson Jr./SCO/STF - 1.8.17
Luís Roberto Barroso foi sorteado para relatar ação da PGR no TSE contra a candidatura do ex-presidente Lula

A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, decidiu nesta quinta-feira (16) que o ministro Luís Roberto Barroso será o relator do pedido de registro de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e das impugnações contra a candidatura.

A decisão da ministra foi necessária após o ministro Barroso pedir à presidência do TSE que avalie se o registro para concorrer nas eleições de outubro e as impugnações devem ter o mesmo relator. Os advogados do PT também pediram que o caso sobre a candidatura do ex-presidente fosse esclarecido.

Em um dos pedidos de impugnação da candidatura de Lula , a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, argumenta que o ex-presidente está enquadrado na Lei da Ficha Limpa, que o torna inelegível, por ter sido condenado por órgão colegiado de segunda instância – neste caso, o Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4).

Dodge rebate ainda argumento que vem sendo repetido por lideranças do PT no sentido de que a candidatura de Lula deve prosperar mesmo que sob contestações judiciais. A chefe da PGR cobra a "rejeição liminar do requerimento, sem qualquer outro efeito jurídico que habilite Lula a ser considerado candidato sub judice ou a pretender o financiamento de sua candidatura com recursos públicos, que são destinados apenas a financiar campanhas dos elegíveis”.

Ao todo, o pedido de candidatura de Lula já registra sete pedidos de impugnação : além da PGR, Jair Bolsonaro (PSL), Kim Kataguiri (DEM-SP), Alexandre Frota (PSL-SP), o partido Novo e dois cidadãos que não concorrem às eleições também entraram com recurso.

Candidatura do ex-presidente nas mão de Barroso

Candidatura do ex-presidente Lula foi oficializada na convenção nacional do PT; registro foi feito na quarta-feira (15)
Reprodução/Twitter Gleisi Hoffmann
Candidatura do ex-presidente Lula foi oficializada na convenção nacional do PT; registro foi feito na quarta-feira (15)

O PT já havia divulgado nota afirmando que seus advogados "não têm qualquer objeção à distribuição do processo" a Barroso, pois o magistrado "nunca se pronunciou publicamente sobre o tema".

O partido também garantiu que sua equipe jurídica vai "enfrentar com fundamento na lei os pedidos de impugnação do registro de sua candidatura presidencial , tanto os já apresentados como os que venham a ser apresentados à Justiça Eleitoral".

Ainda nesta quarta-feira (15), o PT entrou com petição nas impugnações de Frota e Kataguiri, questionando a relatoria de Gonzaga. Segundo nota divulgada pelos advogados do partido, a petição foi feita “com o único objetivo de evitar eventuais nulidades”, devido ao ministro não ser o relator do registro de Lula.

"É uma dúvida legítima pois queremos nos manifestar no processo e não sabemos a qual ministro nos dirigir", disse o advogado de Lula no TSE, Luiz Fernando Casagrande Pereira.

Leia também: TSE nega pedido do PT para Lula participar de debate na TV nesta sexta-feira

O TSE é composto por sete ministros titulares, sendo três do STF (Rosa Weber, Fachin e Barroso ), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois membros da advocacia. Como relator, Barroso pode decidir de modo monocrático se valida ou não o registro de  candidatura do ex-presidente . O mais provável, no entanto, é que o processo seja levado para votação no plenário do TSE.

* Com informações da Agência Brasil

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