O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (6) o bloqueio de R$ 13 milhões de empresas ligadas à família do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB). Na mesma decisão, o ministro determinou abertura de novo inquérito contra Vieira Lima pelo crime de peculato, relacionado à apreensão, pela Polícia Federal (PF), dos R$ 51 milhões em um apartamento em Salvador.
A decisão atinge Geddel Vieira Lima , os dois irmãos dele, Afrísio Vieira Lima Filho e o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e a mãe, Marluce. A decisão foi motivada por medidas cautelares que foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ,após a denúncia enviada à Corte contra todos os acusados.
Na segunda-feira (4), o ex-ministro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Na denúncia, a procuradoria aponta quatro possíveis fontes dos R$ 51 milhões atribuídos a Geddel: propinas da construtora Odebrecht; repasses do operador financeiro Lúcio Funaro; desvios de políticos do PMDB ou transferência de parte de salário de assessores.
O ex-ministro foi preso no dia 8 de setembro, três dias depois que a PF encontrou o dinheiro no apartamento de um amigo do político . Os valores apreendidos foram depositados em conta judicial.
Investigação
Na última terça-feira (28), a Polícia Federal enviou ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos da Lava Jato , as conclusões da investigação sobre os R$ 51 milhões.
Segundo os investigadores, há "suficientes indícios" do cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro e associação criminosa por parte do ex-ministro; de seu irmão, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), e de mais três pessoas – entre elas Marluce Quadros Vieira Lima, mãe dos políticos.
"[Os investigados] estiveram unidos em unidade de desígnios para a prática de crimes de lavagem de dinheiro de recursos financeiros em espécie oriundos de atividades ilícitas praticadas contra a Caixa Econômica Federal (corrupção de Geddel)", aponta o delegado da Polícia Federal Marlon Oliveira Cajado dos Santos no documento de 36 páginas.
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A apreensão dos R$ 51 milhões ocorreu em setembro deste ano durante diligência da Operação Cui Bono , que apura se Geddel participou do esquema de corrupção instalado na administração da Caixa Econômica Federal.
Geddel Vieira Lima foi vice-presidente do banco estatal entre 2011 e 2013 e já viu seu nome implicado durante as investigações contra outros suspeitos, como Eduardo Cunha, Henrique Eduardo Alves e Fábio Ferreira Cleto – embora nunca tenha sido denunciado por esse esquema.
* Com informações da Agência Brasil