O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou nesta segunda-feira (13), a abertura de uma nova investigação contra o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD). A decisão foi do ministro Raul Araújo após pedido feito pelo Ministério Público Federal (MPF).
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Faria é acusado de peculato (desvio de dinheiro público), usura (empréstimo de dinheiro a preços abusivos), organização criminosa e lavagem de dinheiro, de acordo com informações da TV Globo. As novas irregularidades foram percebidas pelo MPF durante apurações sobre a tentativa de obstrução de justiça, pela qual o governador foi denunciado em agosto.
Na decisão, o STJ determinou que sejam ouvidos 12 ex-funcionários da Assembleia Legislativa e que a Casa passe informações sobre os pagamentos recebidos por eles.
Mesmo com a abertura de inquérito, o tribunal negou na última sexta-feira (10) o afastamento do político de suas funções de governador e a proibição de que ele chegasse perto do Palácio de Despachos de Lagoa Nova, sede do governo do Rio Grande do Norte ou da Assembleia.
O advogado de defesa do governador, José Luis Oliveira Lima, informou por meio de nota que Robinson Faria, “sempre pautou sua pautou sua atuação política por meio da correção e ética”.
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Funcionários fantasmas
Na investigação inicial, Robinson Faria teria tentado comprar o silêncio da ex-procuradora da Assembleia, Rita das Mercês, que colaborava com o MPF em um processo sobre um suposto esquema de contratações fantasmas na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte.
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Adelson de Freitas e Magaly Cristina da Silva, secretários particulares do governador, chegaram a serem presos temporariamente em agosto, repassando dinheiro para Mercês e o filho dela, em uma suposta tentativa de não evitar envolver o governador no escândalo. Mercês revelou ao MPF que no esquema na assembleia, Faria seria um dos beneficiários e embolsaria R$ 100 mil por dia entre 2006 e 2010, enquanto era deputado estadual e presidente da casa.