Aécio Neves estava licenciado da presidência do PSDB desde maio e, nesse período, Tasso comandou a legenda
Geraldo Magela/Agência Senado - 5.7.17
Aécio Neves estava licenciado da presidência do PSDB desde maio e, nesse período, Tasso comandou a legenda

O senador Aécio Neves ( PSDB -MG) confirmou, neste sábado (11), que seu partido deverá, em breve, sair do governo de Michel Temer . Porém, o presidente afastado dos tucanos defendeu que esse desembarque deve ser feito no momento certo. 

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"Há um convencimento de todos nós que está chegando realmente o momento da saída. E quero aqui sugerir, [...] uma reunião para definir, de forma clara, o momento desta saída. Vamos sair pela porta da frente. Da mesma forma que entramos", pediu Aécio Neves .

A declaração de Aécio ocorreu durante uma convenção em Belo Horizonte e acontece em um momento conturbado para os tucanos. Afinal, há dois dias,  Aécio abandonou de vez o  discurso de "paz no ninho tucano" e manobrou para destituir o também senador Tasso Jereissati (CE) da presidência do PSDB. 

Aécio teve uma conversa ríspida com Jereissati – que ocupava a presidência do partido como interino – e, após o encontro, decidiu assinar um ofício para reassumir o posto que era ocupado por Tasso desde maio. O segundo colocado na eleição presidencial de 2014, no entanto, optou por não permanecer no cargo, que foi entregue ao ex-governador de São Paulo Alberto Goldman.

Aécio alegou em carta entregue à Comissão Executiva Nacional do PSDB que a destituição de Tasso se dá em razão do anúncio da candidatura do cearense para presidir a legenda em definitivo.

Depois da decisão, Tasso afirmou que os dois têm diferenças "muito profundas", entre elas o "comportamento político, comportamento ético, visão de governo, fisiologismo".

Ainda neste sábado, ao comentar a fala de Tasso na última quinta, Aécio refutou o que chamou de "pecha" que, segundo ele, querem colocar no PSDB, de que a permanência no governo Temer se dá por fisiologismo.

"Vejo também uma falsa discussão nesse momento como se a questão central para o PSDB fosse sai ou não sai do governo, sai amanhã ou sai depois de amanhã do governo. Essa é uma falsa questão que só serve, na verdade, a interesses de uma eleição interna [para presidente do partido]", disse o tucano , segundo a TV Globo .

Rivalidade rodeia aliança com o governo Temer 

Jereissati lançou sua candidatura à presidência tucana na última quarta-feira (8) com discurso de "decência" e "ética", cobrando punições mais rígidas aos filiados que cometerem ilicitudes. O senador tem rivalizado repetidas vezes com Aécio Neves nos últimos meses , especialmente por defender o rompimento do PSDB com o governo Temer, enquanto o grupo mais próximo ao mineiro é partidário da aliança com o Planalto.

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