O publicitário Giovane Favieri , réu na Operação Lava Jato, acusa o diretório municipal do PT e o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, de terem dado um calote de R$ 2,6 milhões a sua empresa, a F5BI produções Ltda, a maior fornecedora da campanha do candidato derrotado, em 2016. As informações são do jornal “Folha de S. Paulo”.
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Favieri é sócio da empresa e, em junho, recorreu à Justiça para receber o pagamento. Ao jornal, Fernando Haddad
reconheceu que o total ainda não foi pago, afirmando que as dívidas estão nas mãos do diretório municipal do partido. O publicitário também pediu a apreensão de bens de seus devedores, mas o caso ainda não foi julgado. Ao mesmo tempo, o empresário é réu pela Operação Lava Jato, no Paraná.
A F5BI produções prestou serviços de infraestrutura de comunicação para rádio, TV e internet durante a campanha do PT em São Paulo. Segundo o advogado do publicitário afirmou, a empresa teria fornecido equipamentos de comunicação, dois prédios para a campanha, serviços de limpeza, segurança e transportes, além de alimentação para a equipe de 300 pessoas.
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Do total de R$ 3,55 milhões gastos com tais despesas, a empresa fornecedora teria recebido apenas R$ 653 mil. Depois da derrota para o candidato do PSDB, João Doria, foi firmado um acordo de parcelamento da dívida, que seria paga em 24 prestações.
O empresário reclama que sua empresa passa por uma situação complicada por causa de tal dívida. À Folha, o partido disse que não comentaria o caso, porque ainda não foi notificado pela Justiça da ação.
Réu na Lava Jato
Giovane Faviero foi denunciado pela força-tarefa do Ministério Público Federal em outubro de 2016, acusado de receber parte dos recursos do empréstimo tomado no Banco Schahin em nome do pecuarista José Carlos Bumlai, condenado na Lava Jato.
De um total de R$ 12 milhões emprestados a Bumlai , o publicitário e seu sócio, Armando Peralta, teriam recebido R$ 3,9 milhões. No processo, aceito pelo juiz Sérgio Moro, Faviero negou que tinha conhecimento da origem ilícita dos recursos; contudo, os procuradores afirmam que existem evidências que os dois sócios “tinham pleno conhecimento da origem criminosa dos valores”.
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Bumlai acusou Favieri, Peralta e o executivo do banco Schahin
, Sandro Tordin, de terem o procurado para que realizasse um empréstimo ao PT em seu nome. Sobre a campanha de Fernando Haddad, ele defendeu que não havia nenhum impedimento para a contratação do petista, já que fora contratado em agosto de 2016 e sua denúncia na Lava Jato ocorreu apenas em outubro.
*Com informações e reportagem do jornal "Folha de S. Paulo".