Presidente da Câmara, Rodrigo Maia foi um dos principais patrocinadores da proposta de socorro financeiro aos estados
Antonio Cruz/Agência Brasil - 11.4.17
Presidente da Câmara, Rodrigo Maia foi um dos principais patrocinadores da proposta de socorro financeiro aos estados

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), cobrou publicamente do governo federal a assinatura de acordo de recuperação fiscal com o Rio de Janeiro. Um dos principais defensores da proposta de renegociação das dívidas de estados em crise com a União, Maia disse nesta terça-feira (18) que tem "cobrado diariamente do ministro Henrique Meirelles", do Ministério da Fazenda, o fechamento do acordo de socorro financeiro ao Rio.

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Rodrigo Maia escreveu em sua conta pessoal no Facebook que o principal motivo que o levou a fazer o apelo é a flagrante crise de segurança no Rio de Janeiro. "Perdemos completamente o controle da segurança pública no Rio, ninguém consegue mais se locomover com tranquilidade. Espero que antes de tratarmos de uma intervenção federal, o governo federal, o ministro da Defesa, o ministro da Justiça entendam que não há mais tempo para este tema", escreveu o deputado.

A cobrança pública do democrata se dá em um dia com noticiário repleto de fatos que alimentam a contraposição de Maia a Temer. O presidente da Câmara pode assumir o comando do Executivo federal caso o plenário da Casa autorize, no início de agosto, a abertura de processo penal contra Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF).

Para tentar frear a empolgação dos simpatizantes de Maia, Temer reuniu-se na manhã desta terça-feira com a líder do PSB na Câmara, deputada Thereza Cristina (MS). Alguns integrantes do partido estão insatisfeitos com o apoio dado ao governo Temer e podem vir a apoiar uma eventual alçada de Maia à Presidência da República.

Crise no Rio agrava desconforto entre Maia e Temer

Não é de hoje que a situação financeira do Rio de Janeiro causa problemas na relação entre Maia e o presidente Temer . O deputado tem sua base eleitoral no Rio e, diante da crise econômica no estado, tratou de articular a aprovação do projeto de renegociação de dívidas de estados com a União no ano passado.

Ao chegar às mãos do presidente, no entanto, a proposta teve pontos importantes vetados por Temer e acabou se tornando praticamente inócua. Um novo texto foi enviado pelo governo ao Congresso, atrasando a normalização da situação fiscal dos estados em crise , especialmente o Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais.

A Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) aprovou, em meio a protestos, uma série de medidas exigidas pelo governo federal  para a concessão do acordo de recuperação fiscal. Foi aprovado, por exemplo, a implementação da política de teto de gastos no estado, além de medidas como o aumento da contribuição previdenciária dos servidores estaduais, a venda da Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e o aumento de diversos impostos.

Ainda assim, o acordo até o momento não foi oficializado pela equipe de Michel Temer.

Além do socorro financeiro, Rodrigo Maia cobrou também a ajuda do governo federal em ações de segurança pública no Rio de Janeiro. "A gente precisa que o Plano Nacional de Segurança, que foi anunciado há algumas semanas, seja efetivamente implementado no Rio de Janeiro", escreveu o deputado.

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