Nesta quarta-feira (19), a Polícia Federal deflagrou a Operação Arconte , com o objetivo de desarticular um grupo que fraudava procedimentos de dispensa de licitação em Caxias (MA), a partir do desvio de verbas públicas federais da área da Saúde - incluindo as que deveriam ser usadas no combate à Covid-19.
Segundo a PF, estão sendo realizados 46 mandados de busca e apreensão no Maranhão e no Piauí , mais especificamente nas cidades de Caxias (MA), São Luís (MA), São José de Ribamar (MA), Teresina (PI) e Cajueiro da Praia (PI).
O prefeito de Caxias, Fábio Gentil, é o principal alvo da operação por ser apontado como um dos líderes do esquema. Foram encontrados R$ 95 mil em espécie em uma de suas residências em São Luís.
Segundo a Controladoria-Geral da União , que participa da operação, embora tenham sido identificadas 52 empresas no município de Caxias com o potencial para serem contratadas, as dispensas de licitação eram direcionadas para a contratação de empresas diretamente ligadas aos servidores públicos e particulares investigados.
"Os auditores verificaram que a dispensa de licitação ocorreu sem pesquisa de preço, ou seja, não houve demonstração de que o preço acertado estava dentro da média de mercado. Da mesma forma, o gestor não instruiu o processo com a devida justificativa para ausência da pesquisa de preço", afirmou a CGU em comunicado à imprensa.
A PF afirma ainda que existem gravações em que os investigados aparecem negociando o esquema com as empresas, além da nomeação de cargos na Prefeitura, em troca da obtenção de vantagens indevidas.
Somente em relação a duas empresas investigadas foi realizado o repasse total de aproximadamente R$ 9,45 milhões. Os alvos da operação poderão responder pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, fraude à licitação e lavagem de dinheiro, dentre outros, com penas que podem chegar a 43 anos de prisão.
Entre no canal do Último Segundo no Telegram e veja as principais notícias do dia no Brasil e no Mundo. Siga também o perfil geral do Portal iG.