Piloto fez manobras para evitar resgate
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Piloto fez manobras para evitar resgate


A Secretaria de Administração Penitenciaria (Seap) informou, nesta sexta-feira, que mais três presos que estavam no Instituto penal Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, foram transferidos para a Penitenciária de Segurança Máxima Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1). O Vicente Piragibe era o alvo de uma  tentativa de resgate, ocorrida no último domingo e que acabou sendo frustrada, por uma ação do piloto.

A decisão de transferir os detentos foi tomada após a continuação da análise das imagens das câmeras de monitoramento ter constatado movimentações atípicas também desse grupo, no momento do sequestro da aeronave para a tentativa de fuga. Os traficantes transferidos são: Eliseu Felício de Souza, o “Zeu”; Max de Oliveira Nascimento, o “Cachorrão” e Bruno Lima Cabral da Silva, o “Bruninho”.

Segundo a Seap, no dia da tentativa frustrada de resgate, eles retornam para a galeria um pouco antes dos outros presos já transferidos, por suspeita de serem alvos do resgate. A avaliação é que isso pode ter sido uma maneira de ajudar, de alguma forma, no resgate dos comparsas. O setor de inteligência também checou, durante a análise, a movimentação em outras unidades prisionais do Complexo de Gericinó, no mesmo horário, mas não encontrou nada fora do comum nestes locais.


Os outros transferidos

Segundo a Seap, o traficante Márcio Aurélio Martinez Martelo, o Bolado, da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, está no grupo de detentos que eram alvo da ação criminosa. Além dele, pretendiam fugir Márcio Gomes Medeiros Roque, o Marcinho do Turano, Carlos Vinícius Lírio da Silva, o Cabeça do Sabão, e José Benemário de Araújo. Os quatro já tinham sido transferidos para penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, presídio de segurança máxima.

Na última terça-feira, Márcio Gomes Medeiros Roque já havia sido transferido para Bangu 1. Na quarta, foi a vez de Bolado, Cabeça e José Benemário. Todos ficarão lá até a conclusão do inquérito da Polícia Civil, que investiga o caso. O grupo teria demorado a entrar nas celas após as visitas, supostamente à espera do resgate aéreo. Para os investigadores, isso foi um indicativo de que eles estavam à espera da chegada do helicóptero.

A Corregedoria Interna da Seap abriu uma sindicância para apurar se servidores do Instituto Penal Vidente Piragibe, que fica no Complexo de Gericinó, em Bangu, estão envolvidos na tentativa de fuga. Na manhã de quinta-feira, a corregedoria esteve no instituto ouvindo todos os servidores que estavam de plantão no dia da operação criminosa frustrada.

Sinal de fumaça

A investigação descobriu, ainda, que próximo à cantina da unidade prisional havia uma pequena fogueira no chão, criando um rastro de fumaça que poderia ser um suposto sinal de localização para os ocupantes do helicóptero sequestrado.

No último domingo, o piloto Leandro Monçores de Araújo, de 42 anos, levou do heliponto da Lagoa, na Zona Sul do Rio, até Angra dos Reis os dois acusados de sequestrar um helicóptero para resgatar comparsas em presídio. No mesmo dia, horas depois, às 17h, outro piloto, Adonis Lopes de Oliveira, que é da Polícia Civil, foi chamado para transportar os dois homens de Angra para o Rio. Após embarcarem, eles anunciaram a verdadeira intenção: resgatar detentos no Complexo de Gericinó.

Armados com pistolas e fuzis, eles exigiram a mudança de destino, mas Adonis conseguiu frustrar o plano fazendo manobras e desviando a rota, que teve entre os pontos o Batalhão de Bangu, onde fez movimentos bruscos com o helicóptero para chamar a atenção do que acontecia no interior da cabine. O desembarque dos criminosos foi feito no Morro do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Eles ainda não foram localizados.

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