Helicóptero parecia estar descontrolado no Rio
Reprodução/redes sociais
Helicóptero parecia estar descontrolado no Rio



Após mais de cinco horas de depoimento, o piloto da Polícia Civil, Adonis Lopes de Oliveira, que foi mantido refém por criminosos que queriam libertar um preso do Complexo de Gericinó , em Bangu, disse que os bandidos chegaram a mostrar uma imagem “desfocada” do pavilhão onde ele deveria descer. No entanto, o comandante não soube dizer qual cadeia estava o detento que deveria ser resgatado. Ao perceber que o plano não estava saindo como planejado, um deles disse a um comparsa, por telefone: “Deu ruim aqui, o piloto aloprou e abortamos a missão”, segundo Adonis.


Após a tentativa frustrada, Adonis disse que os bandidos mandaram mensagens para uma pessoa afirmando que “o piloto havia aloprado e que a missão estava sendo abortada”.

"(Após a tentativa frustrada) Ele pegou o telefone e disse: “Deu ruim aqui, o piloto aloprou e abortamos a missão”. Em seguida voamos para Niterói", explica.

Adonis foi vítima de sequestro na tarde deste domingo, dia 19, por dois homens que teriam contratado um passeio para sobrevoar a Praia dos Ossos, em Angra dos Reis. Na volta, os passageiros ameaçaram o piloto com uma arma e pediram que ele se dirigisse ao ''complexo''.

Por um código, o piloto conseguiu avisar autoridades da aviação de que estava ocorrendo uma "interferência indevida'' a bordo. O piloto ainda tentou argumentar com os bandidos que se ele pousasse no complexo penitenciário a aeronave poderia ser abatida. Seguiu-se uma discussão, quando o comandante da aeronave simulou uma pane e tentou aterrissar no 14º BPM (Bangu). Todos entraram em luta corporal.

"Ele (um dos bandidos) me mostrou uma foto, que na verdade eu nem me interessei muito em saber onde era aquele pavilhão. Eu não identifiquei direito. Mas, eu sei que tinha um campo de futebol. Aliás, várias cadeias lá tem campos. Eu já sabia que eu não iria para lá. Então, não me interessei. Essa foto estava embaçada e nem ele mesmo sabia onde era o local. Um deles durante todo tempo dizia que tínhamos que entrar pelo lixão", contou o comandante.

Adonis lembra ainda que saiu de uma pista do Recreio pouco depois de 16h30 e chegou em um condomínio do bairro do Frade, em Angra, pouco depois das 17h. No heliponto do residencial os homens já o esperava.


"Assim que eu pousei já achei estranho. Lá tem um heliponto que fica afastado de onde as pessoas hospedavam. Nesse local ficam funcionários que ajudam nos pousos e decolagens e não tinha ninguém lá. A ausência desse pessoal me chamou a atenção. Mandei uma mensagem para a empresa e disse que algo estava errado. Além disso, geralmente, as pessoas sentam no banco da frente. Todos os dois foram para o banco de trás. Após a decolagem, um dos homens pulou e me rendeu. Ele pegou o meu celular e retirou os fones de comunicação. Não consegui gravar nada porque ele tomou o meu fone. Durante todo o tempo fiquei sem comunicação com a torre de controle",  relatou o piloto da Polícia Civil.

Segundo o piloto, os criminosos não deram pistas de quem seria libertado.
"Eles não deram pistas de quem era o criminoso que seria resgatado. Me veio à cabeça a dúvida de quem seria, mas não perguntei."

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Nas próximas horas, a Draco deverá ouvir o piloto que levou os criminosos até Angra. Além disso, imagens de câmeras de segurança do condomínio serão recolhidas.




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