Manobra de piloto impede resgate de bandido em Bangu
Reprodução/redes sociais
Manobra de piloto impede resgate de bandido em Bangu

 A Polícia Civil diz ter identificado os dois passageiros que teriam sequestrado o helicóptero para tentar resgatar um preso em um presídio do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio, no último domingo. Segundo as investigações, Marcos Antonio da Silva (conhecido como Pará) e Khawan Eduardo foram os dois passageiros que tentaram levar a aeronave para a penitenciária. A polícia também já sabe que o voo de ida e volta custou R$14.500.

Os dois estariam escondidos no Complexo da Penha e no Alemão. Pará é apontado como ex-gerente do tráfico no Morro do Sabão, em Niterói, antes de uma mudança do controle de facções na região. Khawan não possui ficha criminal e é amigo de longa dara de Marcos Antônio.

A investigação da Polícia trabalha que a ação teria três alvos para o resgate, todos da cúpula de uma facção no Rio: Marcio Gomes de Medeiro Roque (conhecido como Marquinhos do Turano), Carlos Vinícius Lírio da Silva (conhecido como Cabeça) e José Benemário de Araújo, preso no Paraguai em 2014.

"Pelo perfil do helicóptero acreditamos que pretendiam resgatar mais de um preso. Ainda não temos as imagens do interior do presidio mas ali estariam Marcinho do Turano, o Cabeça e o Benemario, preso no paraguai. A investigação nao se encerra aqui", afirmou o delegado William Pena, chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco) da Polícia Civil.

Segundo a polícia, informações de Inteligência apontam que os três detentos tiveram uma movimentação atipica no presídio próximo ao horário da tentativa de resgate frustrada. As imagens internas ainda não foram entregues à investigação.


Agora a Polícia busca saber quem fez o pagamento e quem seria o mentor do plano. No entanto os investigadores acreditam que a ação tenha tido autorização dos chefes do tráfico.

Entenda o caso

No último domingo, o piloto Leandro Monçores de Araújo, de 42 anos, levou do heliponto da Lagoa, na Zona Sul do Rio, até Angra dos Reis os dois acusados de sequestrar um helicóptero para resgatar comparsa em presídio. No mesmo dia, horas depois, às 17h, outro piloto, Adonis Lopes de Oliveira , que é da Polícia Civil, foi chamado para transportar os dois homens de Angra para o Rio. Após embarcarem, eles anunciaram a verdadeira intenção: resgatar um detento no Complexo de Gericinó.

Armados com pistolas e fuzis, eles exigiram a mudança de destino, mas Adonis conseguiu frustrar o plano fazendo manobras e desviando a rota, que teve entre os pontos o Batalhão de Bangu, onde fez movimentos bruscos com o helicóptero para chamar a atenção do que acontecia no interior da cabine. O desembarque dos criminosos foi feito no Morro do Caramujo, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. Eles ainda não foram localizados.

Apontado como um dos alvos da tentativa de resgate planejada por traficantes, Márcio Gomes de Medeiros Roque, o Marcinho do Turano, foi transferido, no início da tarde desta terça-feira, para o presídio de Bangu 1, uma unidade de segurança máxima. Até então, o bandido cumpria pena no Instituto Penal Vicente Piragibe, no mesmo complexo penitenciário.

De acordo com o G1, Marcinho do Turano é, hoje, presidente de uma comissão de presos que integram a maior facção criminosa do estado. Por nota, a Seap informou que identificou o bandido como alvo da tentativa de resgate a partir do trabalho da Superintendência de Inteligência e da Corregedoria. Segundo a pasta, as câmeras de monitoramento "perceberam uma movimentação atípica do interno no momento da ocorrência" — nesta segunda-feira, porém, a secretaria havia afirmado que não houve qualquer movimentação suspeita na cadeia. Márcio permanecerá em Bangu 1 "até a conclusão das investigações".

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