O ex-presidente Michel Temer afirmou nesta sexta-feira que a conversa entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes um dia após os atos golpistas de 7 de setembro foi amigável, mas sem recuo do ministro. Temer lembrou que pouco antes do telefonema, ele havia apresentado a Bolsonaro uma carta à nação na tentativa de pacificar a crise institucional entre os poderes. Ao participar da manifestação a favor de seu governo e de teor antidemocrático, Bolsonaro chegou a dizer que não cumpriria mais as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e se referiu a Moraes como "canalha.
Ao ser questionado sobre o teor da conversa entre o presidente e Moraes, Temer disse que não havia mistério no diálogo, mas deixou claro que o ministro não iria ceder nos inquéritos que conduz na corte. Um dos casos que está nas mãos de Moraes é o inquérito das fake news, que, segundo aliados, preocupa o presidente.
"Eles conversaram amigavelmente depois que o presidente apresentou um documento em que apenas coloquei alguns tópicos. Percebi uma conversa muito amigável, fraternal e adequada. Sem que o Alexandre recuasse um milímetro daquilo que juridicamente ele faz. Foi uma conversa útil naquele momento para distensionar", disse o ex-presidente, ao participar de um debate online num fórum sobre liberdade e democracia, em São Paulo.