Um documento analítico da CPI da Covid sobre dossiê divulgado na quinta-feira (16), confirma a relação entre a Prevent Senior e o chamado "gabinete paralelo", grupo de aconselhamento do presidente Bolsonaro fora da estruturas do Ministério da Saúde.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, que teve acesso ao relatório da CPI sobre os documentos, as informações determinam a existência de um acordo entre defensores da cloriquina com o Prevent Senior, plano de saúde responsável por testar a eficácia do medicamento e que teria ocultado a morte de sete pessoas durante estudo sobre tratamento precoce
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Nomes como Nise Yamaguchi, Paolo Zanotto, Osmar Terra e Luciano Dias Azevedo estariam envolvidos no assessoramento paralelo do presidente Bolsonaro na condução da pandemia. O relatório afirma que a comunicação e alinhamentos entre eles e o governo federal eram constantes.
Nise e Zanotto são citados no relatória da CPI. "Influenciadores como Nise Yamaguchi e Paolo Zanotto (médicos defensores da cloroquina) disseminavam o tratamento precoce junto com o governo, enquanto a Prevent Senior seria a instituição médica que validaria por estudos a eficiência do tratamento", consta trecho do documento.
A CPI também cita que, entre os dias 15 e 19 de abril de 2020, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) teria entrado em contato com a Prevent Senior para averiguar os resultados das pesquisas.
Segundo o documento, Batista Junior, diretor-executivo da Prevent Senior, era responsável por disseminar o tratamento precoce entre os membros do gabinete paralelo.
Sobre as acusações, a Prevent Senior afirmar que vai pedir uma investigação para apurar as denúncias que, de acordo com eles, são "infundadas". O material entregue a CPI é assinado por 15 médicos e ex-médicos da empresa.