Na decisão que converteu em preventiva a prisão de Pedro Vinicius de Souza Pevidor — dono da arma de onde partiu o tiro que matou o menino Douglas Enzo Maia dos Santos — o juiz Pedro Ivo Martins Caruso D'ippolito, da Central de Custódia, diz que, segundo o pai da vítima, o técnico em telefonia celular e ex-soldado do Exército preso pelo crime já havia consumido bebidas alcoólicas antes de chegar ao aniversário de Enzo. Além disso, Pedro Vinicius e um vizinho que o acompanhava não teriam sido convidados. O garoto foi baleado e morto durante sua festa de 4 anos na casa de sua família, em Magé, na Baixada Fluminense, no último domingo (7).
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O magistrado narra que "Segundo relato do pai da vítima, estava havendo uma festa de aniversário da criança, quando o custodiado, juntamente com um vizinho, entraram em sua casa sem terem sido convidados. O pai menciona que os homens, anteriormente, estavam em outra comemoração onde haviam consumido bebidas alcoólicas. O pai da vítima narra que os homens foram servidos como se convidados fossem. Após, os homens foram em direção ao portão da casa para sair da festa. No mesmo momento, a vítima também se dirigiu ao portão para receber convidados. O pai, então, relatou ter ouvido tiros e foi verificar o ocorrido, quando viu seu filho baleado. Afirmam que populares socorreram a criança e indicaram o autor do fato, que tentou fugir. O pai da vítima avistou a arma do autor dentro do veículo do custodiado e a retirou de lá , momento em que a guarnição chegou ao local".
Periculosidade do custodiado'
Na justificativa para converter a prisão em flagrante em preventiva — que não tem prazo definido para se encerrar — o juiz Pedro Ivo D'ippolito destaca a atitude de Pedro Vinicius de ter evado uma arma carregada para uma festa infantil. "A reprovabilidade sobre o custodiado é ressaltada, ainda, pelo fato de que, portando uma arma de fogo devidamente municiada, adentrou, sem autorização, uma residência na qual ocorria uma festa de criança com diversas outras pessoas. Ainda que se trate de um disparo acidental, depreende-se, do comportamento do custodiado, um claro desprezo pelo bem jurídico tutelado - qual seja, a vida humana -, já que permaneceu, portando uma arma de fogo municiada, em uma residência com diversas pessoas, incluindo crianças. Revela-se, assim, a periculosidade concreta do custodiado, apta a ensejar sua segregação cautelar".
Na 66ª DP (Piabetá), que investiga a morte de Enzo, Pedro Vinicius se reservou o direito de ficar em silêncio e só depor na Justiça. Informalmente, ele teria dito que o disparo foi acidental. A polícia fará uma reprodução simulada para tentar esclarecer o que aconteceu no dia do crime.