População fez protestos em Paraisópolis pela morte de nove pessoas no Baile da dz7
Bruno Rocha/Fotoarena/Agência O Globo
População fez protestos em Paraisópolis pela morte de nove pessoas no Baile da dz7

A versão dos policiais de que uma moto com dois suspeitos teria iniciado o tumulto no baile funk na favela de Paraisópolis, em São Paulo, no dia 1º de dezembro, foi reforçada com áudios do momento em que a operação ocorreu. Ao todo, nove pessoas morreram na ocasião.

Segundo áudios divulgados pela TV Globo, as as conversas entre o Comando de Operações da Polícia Militar e os oficiais que estavam na rua são iniciadas às 3h41 do domingo. "Copom, Herbert Spencer, jogou pra cima da equipe aí". O termo "jogar pra cima" é utilizado pelos policiais para informar que estão sob ataque.

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O centro de operações confirmou o envio do apoio e PMs que estavam nas proximidades também mantiveram contato. Poucos minutos depois, outra mensagem é dada pelos policiais ao Copom: "Dois indivíduos numa [moto] XT 660 preta. O garupa, armado, camisa branca, efetuou vários disparos contra as equipes”.

Cerca de vinte minutos depois, os policiais entram em contato novamente com o comando para pedir que resgate seja acionado e afirmando que houveram feridos. "Teve correria aí, pisoteamento, pode solicitar mais de um resgate para o local", diz uma policial.

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Onze minutos depois do primeiro pedido de socorro, a policial entra em contato de novo com o Copom, afirmando que a situação é grave. Mais 17 minutos depois, outro policial liga novamente para o Copom afirmando que socorro ainda não havia chegado e identifica pelo menos nove feridos. "Vamos socorrer", diz o policial.

Nove pessoas morreram e 12 ficaram feridas após ação policial no baile da DZ7, dentro da favela de Paraisópolis, em São Paulo, na madrugada do dia 1º de dezembro. Mais de 30 policiais que estavam na operação foram afastados das ruas e um inquérito foi aberto para investigar o caso.

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A versão da polícia é de que uma moto teria passado entre a multidão, o que teria causado tumulto e ocasionado os pisoteamentos. A versão dos frequentadores do baile é de que a polícia armou uma emboscada, limitando a evasão do público do local e causando o pisoteamento.

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