Apalpar os peitos, nádegas ou pernas das pacientes são comportamentos frequentes do médico da PM.
Divulgação/PMPR
Apalpar os peitos, nádegas ou pernas das pacientes são comportamentos frequentes do médico da PM.

O tenente coronel Fernando Dias Lima, médico da Polícia Militar do Paraná , é alvo de denúncia na Justiça Militar de ter abusado sexualmente  de 30 vítimas em consultórios de quartéis.

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O médico está na PM há dez anos, desde 2009, e os casos teriam começado em 2011. Antes disso, o tenente foi vereador de Cascavel (PR) tentou ser vice-prefeito do município, utilizando o nome político ‘Fernando Bacana’. Nos quarteis ele era conhecido como ‘Dr. Bacana’.

Nos quartéis, ele realizava consultas regulares, atendimentos de emergência e validava atestados assinados por médicos civis.

O médico da PM responde a 23 denúncias de atentado violento ao pudor – quando há contato físico forçado –  e sete de assédio sexual. O processo está na fase final na Justiça Militar e já ouviu 45 mulheres, entre recrutas, soldados, cabos e até esposas de polícias, que eram atendidas no local.

Entre as acusações constam episódios como o médico encostar o pênis ereto na perna da vítima, apalpar os peitos, nádegas ou pernas (chegando os dedos até a região da virilha) de pacientes.

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Em limpezas no consultório do médico, também foram encontradas caixas de Viagra, medicamento utilizado no tratamento de disfunção eréctil masculina, no lixo.

Uma pesquisa de 2015 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Fundação Getúlio Vargas com mulheres que atuam em instituições policiais mostra que 40% das entrevistadas afirmaram já ter sofrido assédio moral ou sexual no trabalho. Só 11,8% delas teria denunciado.

A primeira denuncia do Dr. Bacana ocorreu em fevereiro de 2018. Até o momento, o médico da PM está afastado de seu cargo, mas continua recebendo o salário de R$ 26 mil.

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As penas para as 23 denúncias de atentado violento ao pudor variam de dois a seis anos. Já para as sete de assédio sexual a pena prevista é de um a dois anos. Além disso, o Conselho Regional de Medicina do Paraná está analisando advertir o médico da PM ou até cassar o registro profissional dele.

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