
Duas pontes desabaram na Rússia em menos de 24 horas, deixando ao menos sete mortos e 69 feridos. O primeiro incidente aconteceu na noite de sábado (31), quando uma ponte rodoviária caiu sobre os trilhos da ferrovia na região de Bryansk, provocando o descarrilamento de um trem que se aproximava, informaram autoridades russas.
Uma segunda ponte desabou horas depois, já neste domingo (1º), quando um trem de carga cruzava a passagem na região de Kursk, causando um descarrilamento semelhante.
Inicialmente, órgãos oficiais chegaram a atribuir o acidente em Bryansk — que faz fronteira com a Ucrânia — a uma “interferência ilegal na operação de transporte”, em postagem no Telegram. A publicação, no entanto, foi apagada pouco depois, segundo o jornal The Independent .
Explosões

O Comitê Investigativo da Rússia disse, no domingo, que as duas pontes caíram devido a explosões. Em um terceiro incidente separado, um importante grupo guerrilheiro ucraniano assumiu a responsabilidade por um ataque aos sistemas de retransmissão na região ocupada de Donetsk, o que interrompeu o movimento de uma nova linha ferroviária russa.
"Hoje, às 10h52 [4h52 no horário de Brasília], no trecho Unecha-Zhecha, na região de Bryansk, durante uma inspeção da infraestrutura com equipamentos especiais, ferroviários constataram danos nos trilhos. Ninguém ficou ferido. A circulação de trens suburbanos e de passageiros neste trecho não é permitida" , informou a Ferrovia de Moscou, afiliada da Ferrovia Russa, neste domingo.
Putin recebeu relatos de explosões
O presidente russo, Vladimir Putin, recebeu relatórios durante toda a noite do Serviço Federal de Segurança e do Ministério de Emergências sobre incidentes envolvendo trens nas regiões de Bryansk e Kursk, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
O Comitê Investigativo da Rússia diz que ambas as explosões foram deliberadas e provavelmente estão relacionadas.
A Ucrânia não comentou sobre os incidentes, embora sua inteligência militar diga que um trem militar russo também foi atingido por uma explosão na área ocupada de Zaporizhzhia, afirma o The Indenpedent .
Ausações de sabotagem ucraniana
Alguns políticos russos se alinharam para culpar a Ucrânia sobre os incidentes. O parlamentar Andrei Kartapolov publicou que "este é definitivamente o trabalho dos serviços especiais ucranianos", e que o objetivo era atrapalhar as negociações de paz exigidas pelos EUA.
Vale ressaltar que, até o momento, não foram encontradas ou divulgadas evidências destas acusações. A Ucrânia não se comprometeu a participar das negociações americanas na Turquia, dizendo que primeiro precisa ver as propostas da Rússia.