
Um terremoto de magnitude 6,8 que abalou o sul de Southland, na Nova Zelândia, nesta terça-feira (25), no horário local, ocorreu em um ambiente sísmico pouco compreendido pelos cientistas, mas que representa um grande risco de tsunami. Os moradores foram aconselhados a se afastarem da costa, e os barcos a atracarem, segundo o jornal local The New Zealand Herald.
O terremoto desta terça ocorreu a uma profundidade de 33 km da costa sudoeste do Parque Nacional Fiordland, e cerca de 160 km a noroeste das Ilhas Snares, às 14h43, horário local (23h43 de segunda-feira, no Brasil). Embora as autoridades tenham emitido um "aviso de tsunami", nenhuma ordem de evacuação oficial foi gerada.
Recomendações para se afastarem da costa

A Agência Nacional de Gestão de Emergências alertou as pessoas para deixarem os barcos e evitarem a água, mas afirmou que não há risco de inundação costeira, informou o NZ Herald.
As recomendações foram para as partes remotas da costa de Fiordland, que eram as mais propensas a serem afetadas. "Correntes fortes e ondas podem ferir e afogar pessoas. Há perigo para nadadores, surfistas, pessoas pescando e qualquer um dentro ou perto da água perto da costa", comunicou o alerta.
O alerta recomendava que quem estivesse no mar ou perto da costa saísse da água, das praias e se afastasse de portos, marinas, rios e estuários. Enquanto isso, o departamento nacional de meteorologia da Austrália confirmou que não havia risco de tsunami no continente, ilhas e territórios.
Área de tsunami

A Nova Zelândia fica no "Anel de Fogo", um arco de 40 mil km de vulcões e fossas oceânicas com atividade sísmica que circunda grande parte do Oceano Pacífico. Especialistas disseram que o terremoto atingiu uma região onde “temos apenas conhecimento científico limitado, mas que carrega um risco significativo de tsunami”, de acordo com o jornal neozelandês.
O abalo sísmico ocorreu perto da Fossa de Puysegur, um limite de placa tectônica onde a placa australiana desce abaixo da placa do Pacífico. O oficial de serviço sísmico da GNS Science, Sam Taylor-Offord, disse ao NZ Herald que o terremoto foi amplamente sentido em toda a parte baixa de Southland. Cerca de cinco mil pessoas enviaram relatórios ao GeoNet.
As autoridades avaliaram rapidamente a ameaça e determinaram que evacuações não eram necessárias. Na Fossa de Puysegur, a fronteira se estende por mais de 800 km ao sul da região, até um ponto inóspito do Oceano Antártico, cerca de 400 km a oeste das Ilhas Auckland.
“Esta área é, na verdade, muito mal compreendida”, disse o sismólogo Dr. Finn Illsley-Kemp. “Houve muito menos pesquisas feitas aqui em comparação a outras regiões, deixando muitas incógnitas sobre a tectônica exata – mas foi palco de alguns dos nossos maiores terremotos”, pontua o especialista ao NZ Herald.