Marcelo foi convidado para dar uma entrevista para a CNN
Reprodução/CNN EUA
Marcelo foi convidado para dar uma entrevista para a CNN


Matheus Taranto , um brasileiro que estava hospedado no HI New York City Hostel, se viu no centro de um caso que chamou a atenção internacional. O hostel , localizado no distrito de Upper West Side, foi o mesmo onde o suspeito de assassinar Brian Thompson, CEO da gigante de seguros de saúde UnitedHealthcare , esteve hospedado antes do crime ,  ocorrido na manhã da última quarta-feira (4), em Nova York .

Ao iG , Taranto relatou os acontecimentos que o colocaram no centro da atenção dos meios de comunicação. Ele contou que chegou ao hostel na quinta-feira da semana passada e passou a explorar a cidade de Nova York tranquilamente. "Eu estava curtindo a viagem, conhecendo outros brasileiros", relatou.

No entanto, o cenário começou a mudar no dia 4, quando ele observou uma movimentação estranha na área do hostel, no final da tarde. "Eu estava voltando para o hostel, tipo às 15h, 16h, e vi uma viatura na frente do hostel e uma policial lá. Aí até aí, ok, podia estar só rodando, beleza", disse.

Ao entrar no estabelecimento, ele notou a presença de mais agentes, o que o fez ficar mais atento à situação. Quando subiu para o quarto,  Matheus viu policiais e detetives no corredor.

"Eu pensei, tem algo a mais rolando aqui", disse, lembrando de como os policiais estavam agindo. "Quando eu estava indo em direção ao banheiro, um detetive me falou para não passar. Aí eu perguntei o que estava acontecendo e ele me respondeu, 'não, nada que você precisa se preocupar'", contou.

Naquele momento, Taranto não sabia que estava no mesmo hostel onde o suspeito do crime havia se hospedado. Mas, durante a noite, ele ouviu um boato entre os outros hóspedes.

“Eu conheci um grupo de europeus, a maioria da Holanda, e um deles estava falando sobre um rumor de que alguém tinha sido baleado na vizinhança e que o suspeito estava no hostel”, afirmou.

Apesar de ouvir a história, Taranto não acreditava totalmente nela, pois ainda não tinha uma "versão oficial" dos fatos. O caso, porém, começou a se tornar mais real para Marcelo no dia seguinte: "As pessoas começaram a perceber que algo estava errado. Eu vi várias câmeras, repórteres, jornalistas do lado de fora do hostel", contou.

Não reconheceu o suspeito

O jovem procurou saber mais sobre a situação e foi abordado por um jornalista. “Fui até um repórter e perguntei o que estava acontecendo. Ele me contou que o CEO da UnitedHealthcare havia sido morto na festa do Hilton e o suspeito estava no hostel”, relatou.

O jornalista lhe mostrou um vídeo completo do assassinato , e Taranto confirmou que não reconheceu o suspeito nas imagens.

Entrevistas a jornais norte-americanos

Matheus foi então convidado para dar uma entrevista para a CNN norte-americana. "Eu sou jornalista também, então, eu pensei que seria uma oportunidade única. Mas, ao mesmo tempo, fiquei preocupado com a exposição", disse.

Ele contou que foi nervoso para sua primeira aparição na televisão, apesar de ter fluência no inglês. "Eu sou seguro no meu inglês, mas como era em rede nacional, pela primeira vez na minha vida, eu fiquei bem nervoso. Gaguejei um pouco, mas acho que fui bem", comentou.

Durante a coletiva de imprensa, muitos jornalistas se aproximaram dele, buscando mais informações.

Apesar da pressão da mídia, Taranto decidiu limitar sua exposição. "Tive propostas de outros veículos, como a ABC e o New York Times, mas não quis me expor tanto", explicou à reportagem.


Investigação

A polícia de Nova York segue investigando o assassinato de Brian Thompson. Segundo as autoridades, o suspeito chegou à cidade no dia 24 de novembro e se hospedou no mesmo hostel onde Taranto estava .

O crime aconteceu por volta das 6h45, quando Thompson deixava o hotel Hilton Midtown, em Manhattan. O suspeito se aproximou do executivo e disparou várias vezes . Após o crime, o assassino fugiu em uma bicicleta elétrica.

A polícia ainda está tentando identificar o nome do criminoso, que usava uma jaqueta verde, uma mochila e uma máscara preta, conforme imagens divulgadas pelas autoridades.

Taranto, embora inicialmente chocado com os acontecimentos, conseguiu seguir sua viagem. "Depois de tudo, o hostel ficou tranquilo e ninguém mais parecia preocupado", afirmou.

Ele agora espera que, ao sair de Nova York, possa refletir com mais calma sobre a experiência. "Quando eu sair daqui, vou estar mais tranquilo para falar sobre tudo isso", concluiu.

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