O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca neste domingo (20) para Kazan, na Rússia , para participar da 16ª Cúpula do Brics . Este será o primeiro evento desde a ampliação do bloco, com a incorporação do Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos. Completam o grupo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A Arábia Saudita ainda não aceitou formalmente o convite.
A agenda da cúpula tem atividades previstas de terça (22) a quinta-feira (24). O anfitrião será o presidente russo Vladimir Putin , que se ausentou da reunião de 2023, na África do Sul, diante do risco de ser preso devido a um mandado do Tribunal Penal Internacional (TPI) expedido por crimes de guerra na Ucrânia.
O conflito russo-ucraniano não está nos tópicos da agenda da cúpula, segundo o embaixador Eduardo Paes Saboia, secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty. Entretanto, o assunto poderá ser abordado caso os líderes tenham interesse.
Espera-se que os países membros do BRICS discutam medidas para reduzir a dependência do dólar no comércio entre si, além de medidas para fortalecer instituições financeiras alternativas ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial, controlados principalmente por potências ocidentais.
A estimativa é que o BRICS seja o responsável por cerca de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, marca que supera o G7, grupo das maiores economias do planeta que conta com os Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha, que concentra cerca de 30% do PIB mundial.
A presidência dos Brics, que é rotativa, está sob comando da Rússia até o fim de 2024. O Brasil assume a liderança do bloco a partir de 1º de janeiro de 2025, o
Putin não virá ao Brasil
Na última sexta-feira (18), o presidente russo, Vladimir Putin, confirmou que não vai comparecer à cúpula do G20, marcada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.
A declaração veio após o procurador-geral da Ucrânia pedir às autoridades brasileiras que prendessem o líder russo caso ele viesse ao evento, cumprindo o mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional em março de 2023.
"Minha possível visita prejudicaria o trabalho do G20. Vamos descobrir quem apresentará a Rússia", disse Putin.
Apesar da decisão, o mandatário russo manteve posição oficial do Kremlin e afirmou que não reconhece o Tribunal Penal Internacional. Ele acrescentou que a Rússia tem "boas relações com o Brasil" e um acordo poderia ser assinado para "contornar o veredito", já que "tais vereditos são fáceis de ignorar".
Putin também disse que suas tropas continuarão lutando até a vitória no conflito, que "quer paz duradoura" na Ucrânia e acusou a Otan de estar usando tropas ucranianas em uma luta contra a Rússia.
Putin disse que era "equilibrada" a proposta conjunta da China e do Brasil para encerrar o conflito na Ucrânia, apresentada em maio. Na avaliação do russo, o termo fornecia uma boa base para encontrar uma solução.
O texto pede a redução da tensão e a retomada do diálogo direto sem exigir que a Rússia retire suas forças do território ucraniano. O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky rejeitou a iniciativa por considerá-la "submetida" aos interesses de Moscou.
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