Ali Khamenei
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Ali Khamenei

O líder supremo do Irã , aiatolá Ali Khamenei, defendeu nesta sexta-feira (4) a continuidade da guerra contra Israel , e não condenou o  ataque com mísseis lançado pelo país e o atentado terrorista de 7 de outubro, conduzido pelo Hamas .

Durante uma cerimônia em memória de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah morto em um bombardeio israelense no Líbano, Khamenei, que não costuma dar declarações e aparições públicas, prometeu que os aliados de Teerã na região vão continuar lutando contra as forças do Estado judeu.

"As nações muçulmanas têm um inimigo comum. Elas devem se unir para se defender contra esse inimigo, do Afeganistão ao Iêmen, e do Irã a Gaza e Líbano. Todos os países têm o direito de se defender contra agressores" disse Khamenei em um pronunciamento enquanto conduzia orações nesta sexta-feira. "[O ataque do Irã contra Israel é] a punição mínima [contra seus] crimes espantosos."

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O líder religioso e político iraniano não aparecia em público há dias. Após a ação israelense que resultou na morte de Nasrallah no Líbano, o aiatolá foi levado a um abrigo em local desconhecido, conforme relataram fontes internacionais.

Sua aparição para conduzir as orações de sexta-feira (4) representa um momento raro — a última vez que liderou as preces foi em 2020, após o assassinato do general Qassem Soleimani em um bombardeio americano. Ele assegurou que Teerã estaria preparado para responder a qualquer ação israelense.

"Não adiaremos nem apressaremos nossa resposta a Israel", disse Khamenei. "Israel afirma ser vitorioso, perpetuando assassinatos e matando civis."

Dirigindo-se a uma multidão de milhares de pessoas que falam farsi, Khamenei usou partes em árabe em seu discurso, enviando mensagens aos grupos aliados do "Eixo da Resistência", enfatizando que não recuariam diante da pressão militar israelense.

"Israel nunca vai vencer o Hezbollah e o Hamas. O banho de sangue não vai enfraquecer a sua força", afirmou.

O discurso de Khamenei ocorre em um momento de grande expectativa em Teerã, diante da promessa de represália israelense após o lançamento de cerca de 200 mísseis iranianos no início da semana. Na quinta-feira, os EUA anunciaram que estão em conversas com Israel sobre a possibilidade de bombardear instalações petrolíferas da nação persa, que são um dos principais pilares da economia do país. O aiatolá declarou que as retaliações ao Estado judeu ocorrerão no tempo certo.

Contexto

O Irã lançou diversos ataques com míssil contra Israel nesta terça-feira (1), deixando o Oriente Médio em alerta. Os dois países não estavam em guerra , mas as tensões começaram a escalonar desde os  ataques israelenses contra o Hezbollah, aliado do Irã.

Durante os últimos dias, Irã e Israel reforçaram seus exércitos e posicionaram as forças em locais estratégicos tanto para invasão quanto para defesa.

A medida foi uma retaliação à morte de um dos chefes do Hezbollah, no Líbano.

Desde o início dos confrontos, o número de mortos no Líbano já chega a quase 2 mil, conforme informações do Ministério da Saúde local. Os ataques israelenses incluem mísseis balísticos e incursões terrestres, intensificando o conflito na região.

Na quarta-feira (2), uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) reuniu representantes de Israel, Líbano e Irã, que trocaram acusações e ameaças durante o encontro.

No mesmo dia, o Líbano revidou pela primeira vez desde o início dos bombardeios israelenses, em resposta a um ataque de Israel a um posto militar do Exército libanês.

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